Descrição de chapéu Financial Times juros

Banco central americano espera fazer três cortes nas taxas este ano, diz Jerome Powell

Presidente do Fed tenta acabar com expectativas de mercado de seis cortes em 2024 à medida que inflação cai

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Claire Jones
Washington | Financial Times

Os responsáveis pela definição das taxas do Federal Reserve (o banco central americano) ainda esperam fazer cerca de três cortes de um quarto de ponto nas taxas este ano, disse o presidente Jerome Powell em uma entrevista que foi ao ar no domingo (4).

Powell disse ao programa 60 Minutes da CBS que "quase todos" os membros do Fomc (órgão consultivo do mercado acionário) acham que o banco central dos EUA cortará as taxas de sua alta histórica de 23 anos, de 5,25% para 5,5%, em algum momento ao longo de 2024.

Presidente do banco central americano, Jerome Powell, em coletiva de imprensa realizada em novembro na capital dos EUA, Washington
Presidente do banco central americano, Jerome Powell, em coletiva de imprensa realizada em novembro na capital dos EUA, Washington - Kevin Lamarque/Reuters

Os responsáveis pelas taxas, em média, esperavam cortar 0,75% em dezembro. Powell disse na entrevista gravada na quinta-feira (1º) que, embora as novas projeções não fossem divulgadas até 20 de março, "nada aconteceu desde então que me levasse a pensar que as pessoas mudariam drasticamente suas previsões".

"Se a economia enfraquecer, poderíamos reduzir as taxas mais cedo e talvez mais rapidamente", disse ele. "Se a economia se mostrar, se a inflação se mostrar mais persistente, isso poderia nos levar a reduzir as taxas mais tarde e talvez mais devagar".

Os mercados estavam apostando em seis cortes, a partir de março. Mas a insistência de Powell na semana passada de que uma movimentação tão precoce era improvável, e um subsequente relatório forte de empregos em janeiro, acabaram com as esperanças de uma movimentação tão cedo na primavera.

A entrevista de Powell ocorreu um dia antes de os números de folha de pagamento não agrícola mostrarem que a economia adicionou 353 mil empregos, quase o dobro do que os economistas haviam previsto.

O presidente do Fed disse antes de sua publicação que o mercado de trabalho dos EUA estava caminhando para um melhor "equilíbrio".

"O mercado de trabalho ainda está muito, muito forte", disse Powell. "O tipo de dor com a qual eu estava preocupado e com a qual muitos outros estavam, não tivemos isso. E isso é realmente bom. E, você sabe, queremos que isso continue".

Outros funcionários do Fed levantaram preocupações de que a força do mercado de trabalho possa levar a um aumento dos salários e dos preços dos serviços, complicando a tarefa do banco central de reduzir a inflação para sua meta de 2%.

Powell disse que seu "cenário base" era que a inflação continuaria a cair nos primeiros seis meses deste ano. "Olhamos para a inflação em uma base de 12 meses. Esse é o nosso alvo. E os primeiros cinco meses do ano passado tiveram leituras bastante altas", disse ele, indicando que essas leituras mais baixas abririam caminho para cortes por volta do meio do ano.

A inflação estava caindo à medida que os nós nas cadeias de suprimentos se desfaziam e o impacto dos aumentos das taxas do Fed se fazia sentir. O banco central dos EUA aumentou os custos de empréstimos em 5,25% em apenas 18 meses depois que a inflação atingiu seu nível mais alto em décadas.

Powell disse que era "historicamente incomum" que esses aumentos nas taxas de juros não tivessem desencadeado uma desaceleração mais acentuada na economia ou no mercado de trabalho.

"A situação mais ampla é que a economia está forte, o mercado de trabalho está forte e a inflação está caindo", disse Powell. "Meus colegas e eu estamos tentando escolher o momento certo para começar a reduzir nossa postura restritiva em relação à política. Esse momento está chegando".

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