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BNDES anuncia plataforma de projetos de energia e bioeconomia em busca de financiamento

Site será desenvolvido com entidade britânica que agrega 675 instituições financeiras em 50 países

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São Paulo

O BNDES anunciou nesta segunda-feira (26) o desenvolvimento de uma plataforma onde estarão listados os principais projetos brasileiros ligados a pautas ambientais que podem receber financiamento.

A iniciativa faz parte de um projeto do banco com a Glasgow Financial Alliance for Net Zero (GFANZ), entidade britânica que reúne 675 instituições financeiras de 50 países empenhadas na transição energética.

Presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, assina carta de intenções com Mark Carney, copresidente da Glasgow Financial Alliance for Net Zero
Presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, assina carta de intenções com Mark Carney, copresidente da Glasgow Financial Alliance for Net Zero - Pedro Lovisi/Folhapress

O objetivo da plataforma, segundo o BNDES, é mobilizar o financiamento climático nacional e, principalmente, internacional, para promover a agenda de crescimento verde do Brasil e permitir que o país cumpra as metas do Acordo de Paris.

A plataforma foi anunciada durante o Fórum Brasileiro de Finanças Climáticas, em São Paulo.

Ainda não há data para o lançamento da plataforma, mas a ideia, segundo técnicos do banco, é que parte dos projetos listados seja oriunda da própria carteira do BNDES e que outra parte venha de escolhas de ministérios, como Fazenda, Minas e Energia e Meio Ambiente.

É incerto se em algum momento organizações não governamentais poderão ter espaço no projeto.

As áreas prioritárias da plataforma serão transição energética e bioeconomia com produtos ligados à floresta amazônica –essa última com foco principal na restauração da floresta.

Como exemplo de projetos que poderão ser listados, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, citou os municípios que hoje querem eletrificar seus sistemas de ônibus públicos, mas não conseguem por falta de recursos.

"No último balanço internacional, 2020, 2021 e 2022, nós tivemos US$ 1,3 trilhão de financiamento para a transição climática, para a descarbonização da economia. O problema é que desses recursos, 75% ficaram na China, Estados Unidos e Europa. A América Latina toda teve apenas 6% dos recursos. E a América do Sul, especialmente o Brasil, tem uma responsabilidade muito grande, primeiro pelo peso que a Amazônia tem no equilíbrio", disse Mercadante, durante o anúncio.

Como a GFANZ é uma entidade que reúne centenas de importantes instituições financeiras, a ideia do BNDES é que a plataforma possa facilitar o financiamento internacional a projetos ambientais e de energia no país.

"O nosso peso para enfrentar a crise climática é muito maior do que os recursos que vêm para cá", disse Mercadante. Na avaliação do presidente do BNDES, pelo tamanho do território e pelo pesa da Amazônia no equilíbrio do clima, o Brasil deveria ser o destino de mais recursos.

"Precisamos de parceiros que tenham uma visão, um compromisso com o equilíbrio do clima, com a sustentabilidade e que tenham expertise no financiamento. Como nós temos aqui [GFANZ] uma entidade que é a mais importante hoje na mobilização de recursos, de investidores e de pessoas interessadas em acelerar a transição para uma economia sustentável e verde, eu acho que essa é uma aliança muito boa", afirmou.

Também presente no anúncio, Mark Carney, copresidente da Glasgow Financial Alliance for Net Zero e enviado especial da ONU para ação climática e finanças, disse que a plataforma vai ajudar os projetos brasileiros a conseguirem financiamento extra.

"Muitos desses projetos serão financiados localmente, mas o financiamento adicional, além da fronteira, pode acelerar, ter um impacto maior e conseguir um melhor negócio para as comunidades locais e para o país em geral", disse.

"O que a GFANZ traz é trabalhar ao mesmo tempo que o governo brasileiro, as empresas, as comunidades locais, para garantir que o financiamento esteja lá e que eles não precisem esperar."

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