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Bolsa sobe e dólar cai com investidores à espera de inflação dos EUA

Ações da Petrobras dão fôlego ao Ibovespa, mas Vale e exterior limitam ganhos

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São Paulo

Numa sessão errática, a Bolsa brasileira fechou em leve alta de 0,14% nesta segunda-feira (26), aos 129.609 pontos, depois de ter alternado entre perdas e ganhos ao longo do pregão. Na ponta positiva, as ações da Petrobras registraram alta, mas uma forte queda de mais de 2% nas ações da Vale, a maior empresa do Ibovespa, pesou sobre os negócios e limitou os ganhos.

"Houve forte queda do minério de ferro nessa madrugada, contaminando da Vale. Na contramão disso tudo, a gente tem um bom andamento de Petrobras e um movimento muito positivo no segmento de frigoríficos", diz Victor Miranda, sócio da One Investimentos.

Na lista de maiores altas do dia, aparecem JBS, BRF e Marfrig, que subiram 4,00%, 3,63% e 3,29%, respectivamente

"As ações do setor frigorífico sobem com investidores elevando as expectativas de uma divulgação positiva dos balanços no setor. Alem disso, a Pilgrim's Pride, subsidiária americana da JBS, reverteu prejuízo com lucro de US$ 134 milhões, o que anima investidores do papel", diz o planejador financeiro Fabio Louzada, fundador da Eu me Banco.

Já o dólar terminou a sessão em queda de 0,23%, cotado a R$ 4,980.

Operador observa tela com flutuações do mercado financeiro na B3
Operador observa tela com flutuações do mercado financeiro na B3 - Amanda Perobelli/REUTERS

Na ponta negativa, o pregão também foi impactado pela cautela nas negociações do exterior, enquanto o mercado segue aguardando novos dados de inflação e atividade econômica nos Estados Unidos. Os principais índices americanos registraram queda.

Nesta semana, será divulgado o índice de gastos de consumidor medido pelo PCE, a medida de inflação mais acompanhada pelo Fed (Federal Reserve, o banco central americano) para suas decisões sobre juros. Num cenário de incerteza sobre a política monetária dos EUA, os novos números são vistos como essenciais para alinhar apostas de investidores.

"Uma leitura elevada deste índice poderia solidificar a convicção entre os formuladores de política monetária de que é prudente proceder com cautela nesta fase final do combate à inflação, postergando a expectativa de redução da taxa de juros para junho", diz a equipe da Guide Investimentos.

Na véspera do PCE, também será divulgado o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) do quarto trimestre dos Estados Unidos.

Com o mercado em compasso de espera, a tendência no exterior foi de um movimento de realização de lucros, ou seja, quando investidores vendem ações que se valorizaram rapidamente para efetivar os ganhos com os papéis, após uma forte alta nos índices americanos na semana passada, que bateram recordes impulsionados pela Nvidia.

"Nesta semana, a gente deve esperar um pouco de realização de lucros, um pouco de arrefecimento desse otimismo. A visão geral é de que nem o Fed nem o Banco Central Europeu estão com muita pressa de reduzir os juros. A redução deve começar, mas deve ser gradual", afirma Rachel de Sá, chefe de Economia da Rico.

No câmbio, o índice do dólar contra uma cesta de moedas operava em leve queda.

"Até vermos uma mudança nessa tendência mais forte [da economia dos EUA], os mercados devem continuar em modo de espera até haver maior confiança de que a batalha contra a inflação será ganha e o banco central americano poderá começar a cortar as taxas de juros", disse Eduardo Moutinho, analista de mercado do Ebury Bank.

No Brasil, estão marcadas as divulgações do IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15) de fevereiro, na terça (27), e do PIB do quarto trimestre, na sexta (1°).

Com Reuters

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