Bolsa tem leve alta com impulso de ações da Vale; dólar avança

Nvidia projeta crescimento de mais de 200% na receita e anima mercados globais

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São Paulo

A Bolsa brasileira registrou alta de 0,16% nesta quinta-feira (22), acompanhando os índices do exterior, e fechou aos 130.240 pontos, garantindo desempenho positivo com apoio de um avanço de 1,06% nas ações da Vale, a empresa de maior peso no Ibovespa.

Em Wall Street, os principais índices de ações tiveram forte alta, embalados pela repercussão aos resultados e previsões da Nvidia. O Nasdaq, que reúne empresas de tecnologia, subiu quase 3% e foi o líder dos ganhos, enquanto o S&P 500 e o Dow Jones fecharam em alta de 2,11% e 1,18%, respectivamente.

"Isso acaba favorecendo um fluxo positivo aqui para o Brasil, mesmo que a gente esteja em um cenário mais lateral", diz Thiago Lourenço, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

Em seu balanço, a Nvidia previu um aumento de 265% na receita trimestral, superando com folga as expectativas, apoiada em uma forte demanda por seus chips de inteligência artificial que lideram o setor. Nesta quinta, a big tech fechou o dia em alta de mais de 16%.

Com o avanço, a Nvidia superou mais uma vez a Amazon e a holding do Google, Alphabet, e se tornou a terceira empresa mais valiosa dos EUA, atrás apenas da Microsoft e da Apple.

A equipe da Guide Investimentos chamou a atenção para o efeito Nvidia nos mercados, afirmando que os números divulgados pela fabricante de chips evidenciam o otimismo crescente em relação ao setor de inteligência artificial.

Operador observa tela com flutuações do mercado financeiro na B3
Operador observa tela com flutuações do mercado financeiro na B3; acompanhe a cotação do dólar e a movimentação da Bolsa nesta sexta (16). - Amanda Perobelli/REUTERS

"As expectativas superiores às antecipadas relativas às vendas da Nvidia impulsionaram os mercados globais, evidenciando o otimismo crescente em relação ao setor de inteligência artificial", disseram economistas da Guide.

"O mercado hoje reagiu positivamente, especialmente pelo bom humor no exterior. O cenário interno calmo também ajudou. Como a gente costuma dizer, 'a não notícia é uma boa notícia'", diz Rodrigo Moliterno, chefe de renda variável da Veedha Investimentos.

A euforia nas bolsas internacionais também contaminou o mercado de juros global, com os rendimentos dos títulos americanos, os chamados "treasuries", mostrando queda acentuada. Ao longo do dia, no entanto, o papel passou começou a subir, limitando os ganhos da renda variável brasileira.

No câmbio, o dólar chegou a ensaiar um recuo ante o real no início da sessão. Ao longo da manhã, porém, a divisa foi escalando patamares um pouco mais elevados, na esteira da alta do dólar index —que compara a divisa ante uma cesta de moedas fortes— e da divulgação de novos dados econômicos fortes nos EUA.

O Departamento do Trabalho informou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 12 mil na semana encerrada em 17 de fevereiro, para 201 mil, em dado com ajuste sazonal. Economistas consultados pela Reuters previam 218 mil pedidos para a última semana.

Já a Associação Nacional de Corretores de Imóveis anunciou que as vendas de moradias usadas subiram 3,1% no mês passado, atingindo uma taxa anual de 4 milhões de unidades, o nível mais alto desde agosto passado. Economistas previam que as revendas aumentariam para uma taxa de 3,97 milhões de unidades.

Os dados reforçaram a avaliação de que a economia norte-americana segue aquecida, o que deixaria pouco espaço para o Federal Reserve cortar juros antes de junho. O adiamento do corte de juros nos EUA, em tese, é favorável ao dólar.

Ainda assim, a divisa norte-americana oscilava em margens estreitas no Brasil.

"[Houve] pouca amplitude entre a mínima e a máxima estes [últimos] dias. Estamos sem grandes catalisadores de oferta, seja de compra, seja de venda", pontuou o diretor da assessoria de câmbio FB Capital, Fernando Bergallo.

Com Reuters

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