Haddad afirma que fala de Lula sobre Gaza foi grito de socorro

Ministro diz que não é possível ficar indiferente a mortes de crianças e mulheres

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São Paulo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a comparação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) da ação israelense em Gaza com o Holocausto foi um grito de socorro.

"Ele não é um político tradicional, que olha para tudo isso e se mantém frio diante da morte de crianças e mulheres na escala em que está acontecendo", disse em entrevista a Miriam Leitão, na GloboNews.

Segundo Haddad, Lula deu a declaração após ouvir muitos depoimentos e ver imagens sobre os ataques a Gaza.

O ministro Fernando Haddad defendeu o fim da guerra entre Israel e Hamas - Zanone Fraissat - 16.fev.2024/Folhapress

"Pode ser discutida uma palavra ou outra do discurso do presidente, mas acho que o grito é pertinente", opinou. "Não podemos ficar indiferentes ao que está acontecendo".

O ministro defendeu o fim da guerra e contou que aprendeu a tratar judeus e muçulmanos como irmãos.

Haddad lembrou que a família dele, de cristãos libaneses, veio para o Brasil por causa do crescimento da intolerância religiosa. O avô era um sacerdote da igreja oriental.

"Nas cenas de guerra, tenho vontade de chorar", disse. Ele defendeu Israel como um país legítimo, assim como o estado palestino.

MEDIDA PROVISÓRIA

Na entrevista, Haddad confirmou a decisão do governo Lula de enviar um projeto de lei com urgência constitucional para discutir com o Congresso a reoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e a contribuição previdenciária a ser paga pelos municípios.

Os dois temas hoje fazem parte de uma MP (medida provisória) editada pelo Ministério da Fazenda em 28 de dezembro, com validade a partir de 1º de abril. Já o projeto com urgência precisa ser analisado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado em um prazo de 45 dias para cada uma das Casas.

Permanecem na MP a extinção do Perse (programa de alívio tributário ao setor de eventos) e o limite à compensação tributária (quando empresas que pagaram tributos a mais no passado ganham o direito de descontar os valores daquilo que é devido ao governo federal).

O desmembramento dos assuntos foi um pedido do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

"Eu assenti porque realmente o presidente do Congresso tem tido uma atitude de estadista. Ele não está olhando partido, um estado ou outro. Ele está olhando para o quadro geral e tem sido muito solícito em atender ao interesse nacional quando ele julga que a matéria é relevante, é urgente, é pertinente", disse Haddad.

O ministro afirmou estar aberto a negociações com o objetivo de "arrumar as contas públicas". Ele acusou o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de ter implodido o orçamento, os precatórios, as desonerações, os combustíveis e os auxílios.

"Foi uma festa em 2022 para tentar reverter o quadro eleitoral que era desfavorável para ele", disse. "Nosso papel não é reclamar, é colocar ordem nas coisas".

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