O que fazer caso seja mulher e ganhe menos que um homem na mesma função

Edição da newsletter Todas fala sobre a lei de igualdade salarial

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São Paulo

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No ano passado, foi aprovada a lei que torna obrigatória a igualdade salarial entre homens e mulheres que exercem a mesma função. A fiscalização é feita por meio do preenchimento de um relatório de transparência salarial e de critérios remuneratórios do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) em que empresas com mais de cem empregados são obrigadas a prestar informações sobre o quadro de funcionários. O prazo para que as companhias comecem a completar o relatório começou em janeiro.

A lei foi aprovada em meio a uma toada de estudos e dados estatísticos que mostram mulheres historicamente ganhando menos do que homens. Uma pesquisa realizada por Janaína Feijó, docente da FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), com base nos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostra que, no Brasil, a remuneração média dos homens foi 25,3% maior do que a das mulheres no segundo quadrimestre de 2023. Eles também representavam 60% dos cargos de gerência do período.

Estudos também indicam que diversos fatores influenciam a diferença salarial entre homens e mulheres, como a maternidade e a cor da pele —mulheres negras, por exemplo, ganham ainda menos do que as brancas.

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O presidente Lula na solenidade de sanção da lei que obriga a equiparação de salários entre homens e mulheres - Pedro Ladeira/Folhapress

Na semana de lançamento da iniciativa Todas, em outubro de 2023, publicamos na Folha uma reportagem assinada por Mauren Luc em que especialistas deram dicas para que você saiba o que fazer caso esteja na mesma função que um homem, mas ganhando menos.

Ela conversou com a psicóloga do trabalho Cláudia Basso, doutora em orientação profissional e de carreira, que recomenda, primeiramente, entender a política de promoção da empresa —às vezes, algumas preveem remuneração por tempo de serviço, por exemplo, o que poderia justificar uma diferença salarial.

"É preciso entender se essa política da empresa está atrelada ao desenvolvimento de competências, ao sistema de progressão salarial por tempo no cargo ou se realmente está havendo uma disparidade por questão de gênero", explicou.

Ao entender a forma como a empresa determina os salários, você deve conversar com o gestor. Basso recomenda que saliente suas competências e resultados. É nesta hora que você deve apontar a injustiça —caso esteja confortável para fazer isso.

Mas Nilda Couto, consultora de RH também ouvida pela reportagem, lembra um ponto importante: é preciso avaliar se vale a pena estar em uma instituição que tem uma cultura de desigualdade de gênero.

"É possível trabalhar sua empregabilidade, sua formação e competências, e buscar uma empresa que valoriza seu trabalho", disse ela.

Para ler na Folha

A repórter Bárbara Blum conta nesse texto que as empresas temem que o preenchimento dos relatórios de transparência salarial seja uma violação da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).

Mudando de assunto… Um apartamento no largo do Arouche, no centro de São Paulo, se transformou em um guarda-roupas coletivo para travestis e crossdressers. Nesta reportagem para o Dia da Visibilidade Trans, Dani Avelar relata como "existe vida dentro do armário" para algumas pessoas trans.

Na última semana, a escritora e ativista Angela Davis fez 80 anos. Este texto, publicado na Ilustríssima, detalha como a americana se tornou um ícone marxista e antirracista, um best-seller no Brasil, e denunciou o encarceramento.

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Para assistir, o musical "Tarsila, a Brasileira". A obra está em cartaz no Teatro Santander, em São Paulo. Se quiser conhecer um pouco mais sobre o tema, você pode ler esse texto que a jornalista Francesca Angiolillo, que prepara uma biografia sobre a artista, escreveu para a Ilustrada.

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