Para Luiza Trajano, da Magazine Luiza, loja física virou parceira da digital

Em evento do BTG, empresária se disse espantada com a velocidade de adaptação do brasileiro ao digital

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São Paulo

Durante participação em seminário do Banco BTG, Luiza Trajano, presidente do Conselho de Administração da Magazine Luiza, afirmou que hoje em dia a loja física é uma parceria da digital, e não o contrário.

Ela acredita que a pandemia da Covid-19 fez com que o brasileiro aprendesse muito rapidamente a mudar os hábitos de compras e dar preferência para o online.

A empresária Maria Luiza Trajano e o ministro da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha - José Mariano-3.mar.23/SRI

"A loja física passou a ser parceira do digital. O Brasil é muito grande. É preço, qualidade e velocidade na entrega. Por isso compramos até empresa de fast food para aprender a entregar rápido", afirma ela, se referindo ao aiqfome, aplicativo de delivery da empresa.

Trajano participou do debate "Futuro do varejo: transformações e desafios", ao lado de Cristina Betts, CEO do grupo Iguatemi, e de Rafael Sales, CEO do Allos, empresa administradora de shopping centers.

"A minha surpresa foi a velocidade que o brasileiro se colocou na digitalização e se adaptou. Vender é despertar vontade e o digital levou as pessoas a conhecerem mais o produto. Digital é uma cultura que veio para ficar", concluiu.

Ela estima que, quando começou a pandemia, no primeiro semestre de 2020, a Magazine Luiza já tinha marketplace que concentrava 50% das vendas. Pouco depois, criou o parceiro Magalu, em que o usuário poderia se tornar vendedor do Magazine Luiza em 24 horas. Hoje, segundo ela, são 600 mil pessoas.

A opinião da presidente do conselho da varejista não foi consenso no debate.

Cristina Betts lembrou que a compra presencial ainda é muito forte no Brasil e citou que no primeiro dia, após o fim do lockdown, muitos consumidores já foram ao shopping.

"A gente [brasileiros] gosta de servir bem e é uma coisa cultural. Isso é traduzido dentro das lojas. As marcas perceberam isso. Todas, cada uma no seu pedaço. Está todo mundo querendo colocar mais produto na loja e entender mais o cliente", disse a CEO do Iguatemi.

Ela também considerou que a Covid-19 pode ter acelerado o hábito do digital, mas não inverteu as tendências de compra.

Para Trajano, o online ainda tem muito espaço para crescer.

"Sem a pandemia, demoraria uns 10 ou 12 anos para a evolução digital. O Brasil ainda tem pouca digitalização perto de outros países. A pandemia é um marco na vida de todo mundo. Só daqui a uns 70 anos vamos entender o que aconteceu", concluiu.

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