Fusão negociada entre Arezzo e Grupo Soma criaria gigante da moda com mais vendas que Shein no Brasil

Faturamento projetado das duas empresas somou R$ 12 bilhões em 2023, aponta o BTG Pactual

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São Paulo

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As varejistas de moda Arezzo&Co e grupo Soma, dona de Hering, Farm e Animale, estão em conversas para uma fusão.

A notícia publicada primeiro pelo portal NeoFeed e depois confirmada em comunicado das empresas fez as ações dispararem. Soma saltou 16%, enquanto Arezzo fechou em alta de 12%.

Em números:

  • R$ 11,5 bilhões (R$ 6,2 bi da Arezzo + R$ 5,3 bi da Soma) seria o valor de mercado da companhia com base no preço de fechamento das ações na terça (30).
  • R$ 12 bilhões é a projeção para o faturamento combinado das duas empresas em 2023, conforme cálculos do BTG.

A companhia combinada teria um patamar de vendas semelhante ao da líder Renner (R$ 11,7 bi) e ficaria à frente da chinesa Shein (R$ 10 bi).

Fachada da loja Arezzo - Divulgação


As empresas confirmaram as conversas em andamento sobre a fusão, que envolveria também a unificação das ações em uma só companhia. Eles disseram que um documento vinculante ainda não foi assinado.

O CEO da Arezzo, Alexandre Birman, comandará o novo grupo, enquanto o CEO da Soma, Roberto Jatahy, seguirá à frente das marcas da empresa que comanda hoje.

A estratégia para a fusão passa por uma palavra: sinergia.

O jargão é utilizado no mercado quando duas empresas do mesmo segmento se juntam e economizam ao unir suas áreas operacionais. Outra possibilidade de ganho prevista para o negócio seria com a venda cruzada dos produtos pelas duas varejistas.

Quem é quem:

↳ Arezzo&Co:
fundada em 1972 pelos irmãos Anderson e Jefferson Birman, a varejista tinha no terceiro trimestre uma base de 5,5 milhões de clientes ativos e 1.005 lojas, sendo 193 próprias e 812 franquias.

  • Marcas: Arezzo, Brizza, Schutz, Alexandre Birman, Anacapri, Alme, Vans, ZZ Mall, TROC, Carol Bassi, Reserva, Reversa e Baw.

Soma: surgiu em 2010 com a fusão das marcas Animale e Farm. Em 2021, superou a concorrência da própria Arezzo para comprar a Hering.

  • Marcas: Animale, Farm, Fábula, Dzarm, Foxton, Cris Barros, Off Premium, Maria Filó, NV, Hering.

Mercado Livre e os 'naming rights'

O Mercado Livre e a Allegra Pacaembu, concessionária do estádio municipal do Pacaembu, fecharam um acordo de "naming rights" em que o marketplace irá expor suas marcas no complexo esportivo por até 30 anos.

O investimento para batizar o Mercado Livre Arena Pacaembu "passa de R$ 1 bilhão", divulgou a empresa, e o contrato é previsto para durar 30 anos, sendo renovado a cada cinco anos.

A fachada da arena, no entanto, continuará exibindo a inscrição "Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho" –nome que o campo ganhou em 1961.



A estratégia: a plataforma de ecommerce diz que sua marca estará exposta em "mais de 70 pontos do complexo".

  • Entre eles, está o prédio multiuso que está sendo erguido onde ficava o tobogã, antiga arquibancada do estádio.
  • O empreendimento irá abrigar hotel, centro de convenções, lojas e restaurantes, com nomes de produtos ligados ao Mercado Livre –o centro de convenções será o Mercado Pago Hall.
  • A fintech da varejista, o Mercado Pago, será o meio de pagamento oficial do complexo esportivo.

Outros estádios com naming rights e os valores (que costumam ser reajustados ano a ano pela inflação):

  • Allianz Parque –estádio do Palmeiras batizado pela seguradora. Contrato de 20 anos assinado em 2013, com valor de R$ 300 milhões.
  • Neo Química Arena – estádio do Corinthians nomeado pela fabricante de medicamentos Hypera. Contrato de 20 anos assinado em 2020, com valor de R$ 300 milhões.
  • MorumBIS –estádio do São Paulo que teve o nome comprado pela Mondelez. Contrato de três anos assinado no fim de 2023, com valor de R$ 75 milhões.
  • Arena MRV –complexo do Atlético-MG batizado pela construtora. Contrato de dez anos, por cerca de R$ 60 milhões.
  • Ligga Arena –estádio do Athletico-PR cujos naming rights pertencem à empresa de telecomunicações. Ela investiu R$ 200 milhões por 15 anos.
  • Itaipava Arena Fonte Nova –estádio do Bahia que leva a marca da cervejaria. R$ 51 milhões por um contrato de dez anos.

Copom mantém ritmo; Fed deixa corte para maio

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central seguiu com sua trajetória de cortes de 0,5 ponto na taxa Selic, que agora caiu para 11,25% ao ano.

De novo, o plural: a autoridade monetária manteve no comunicado o trecho que prevê reduções de mesmo tamanho "nas próximas reuniões". Ou seja, encomendou novos cortes de 0,5 ponto ao menos para os encontros de março e maio.

O que mudou no tom do BC? Pouca coisa. O comunicado veio bem parecido ao da reunião de dezembro, apesar de o encontro de ontem ter contado com dois novos diretores indicados pelo presidente Lula (PT).

Entre as poucas alterações, o Copom acrescentou, ao analisar o ambiente externo, que a conjuntura atual é marcada pelo debate sobre o início da queda dos juros nas principais economias.



Esse foi o assunto no mercado sobre a decisão do Fed (Federal Reserve), que também saiu ontem e manteve os juros parados, como era esperado.

O presidente do BC americano, Jerome Powell, disse que o corte está próximo, mas praticamente descartou que aconteça na próxima reunião, em março.

O que muda com a nova Selic:

↳ Nos investimentos
, os analistas apontam que a maioria dos produtos de renda fixa segue atrativa.

  • A justificativa é a de que os juros reais (Selic menos inflação) do país seguem entre os mais altos do mundo.
  • Veja aqui como fica a rentabilidade dos principais ativos de renda fixa e aqui o rendimento da poupança.

↳ Para o consumidor, a queda da Selic deve ter pouco impacto nos juros do crédito.

Opinião | Vinicius Torres Freire: O que falta para a taxa de juros do BC cair mais rápido; leia a coluna.


Musk tem bônus bilionário anulado

Uma juíza de Delaware, estado americano onde a Tesla tem sua sede fiscal, anulou uma decisão do conselho da montadora que garantiu a Elon Musk em 2018 um pagamento de US$ 55,8 bilhões (cerca de R$ 275 bilhões).

Essa é considerada a maior compensação da história concedida por uma companhia listada a um executivo e foi fundamental para alçar Musk ao posto de pessoa mais rica do mundo.

Entenda: o pacote de bonificação vinculou a remuneração de Musk a metas de desempenho, como o preço das ações da Tesla e a lucratividade.

O processo: um acionista minoritário da montadora questionou o pagamento na Justiça, afirmando que o conselho de administração da Tesla violou seus deveres fiduciários para com os investidores.

A defesa de Musk argumentou que o acordo foi feito para garantir que o bilionário —segundo eles, um dos empresários mais dinâmicos do mundo— continue se dedicando à empresa.

A decisão: a juíza anulou a compensação salarial ao afirmar que ela é "uma quantia inimaginável" de dinheiro que não é justa com os demais acionistas.

  • Ela disse que Musk usou seu poder na companhia para influenciar o processo.

E agora? Musk pode recorrer à Suprema Corte de Delaware. Ele usou o X (antigo Twitter), rede que é dono, para reclamar da decisão e criou uma enquete questionando se a Tesla deveria mudar seu domicílio fiscal para o Texas.

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