Descrição de chapéu inflação

Preço da cenoura sobe quase 44% em janeiro, e batata aumenta 29%; veja alimentos em alta

Clima adverso com El Niño pressiona inflação da comida no início de 2024, diz IBGE

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Rio de Janeiro

Sob impacto do El Niño, alimentos ficaram mais caros para o consumidor brasileiro em janeiro, apontam dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) divulgados nesta quinta-feira (8) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A inflação da alimentação no domicílio acelerou a 1,81% no primeiro mês deste ano, após marcar 1,34% em dezembro.

A nova taxa é a maior para meses de janeiro em oito anos, desde 2016. À época, a variação dos preços havia sido de 2,89%.

Entre os produtos, a maior alta em janeiro de 2024 foi registrada pela cenoura: 43,85%. A batata-inglesa veio em seguida, com aumento de 29,45%.

Feira livre vende cenoura, batata e outros alimentos na zona sul do Rio de Janeiro - Eduardo Anizelli - 19.abr.2022/Folhapress

A inflação dos alimentos costuma ser pressionada no verão por fatores como temperaturas altas e chuvas intensas. São eventos climáticos que dificultam o cultivo no campo e reduzem a oferta de mercadorias na cidade.

No início de 2024, o quadro é agravado pelo El Niño, segundo o IBGE. O fenômeno afeta a distribuição das chuvas no território.

Regiões como o Sudeste atravessaram ondas de calor intenso nos últimos meses, enquanto o Sul amargou fortes tempestades.

"Historicamente, há uma alta dos alimentos nos meses de verão, em razão dos fatores climáticos, que afetam a produção, em especial dos alimentos in natura, como os tubérculos, as raízes, as hortaliças e as frutas", afirmou André Almeida, gerente da pesquisa do IPCA.

"Neste ano, isso foi intensificado pela presença do El Niño", acrescentou.

Depois da cenoura e da batata-inglesa, as maiores altas de preços entre os alimentos foram registradas por manga (23,35%), maracujá (22,06%), laranja-lima (21,16%), repolho (16,68%), açaí (14,96%), inhame (14,78%), feijão-fradinho (11,7%) e abacaxi (10,31%).

Banana-prata (10,01%) e feijão-carioca (9,7%), o preferido do brasileiro, apareceram na sequência. Outros produtos tradicionais da mesa do consumidor, embora não estejam no topo da lista de aumentos, também ficaram mais caros.

É o caso do arroz, que subiu 6,39% em janeiro. Houve influência do clima adverso e da preocupação com a nova safra, apontou Almeida.

"Além disso, a Índia, maior produtor mundial, enfrentou questões climáticas que atingiram a produção e cessou as exportações no segundo semestre do ano passado, o que provocou o aumento do preço desse produto [arroz] no mercado internacional", disse o pesquisador do IBGE.

O limão, por outro lado, teve queda de 20,54% nos preços em janeiro. Foi a maior redução entre os 377 subitens (produtos e serviços) do IPCA, seguida pela baixa da abobrinha (-17,95%).

Inflação em janeiro, em %

Cenoura 43,85
Batata-inglesa 29,45
Manga 23,35
Maracujá 22,06
Laranja-lima 21,16
Repolho 16,68
Açaí 14,96
Inhame 14,78
Feijão fradinho 11,7
Abacaxi 10,31
Banana-prata 10,01
Feijão-carioca 9,7
Laranja-pera 9,57
Banana-maçã 8,92
Abacate 8,8

Fonte: IBGE

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