Descrição de chapéu Financial Times

Uber registra primeiro lucro anual, e valor de mercado se aproxima de US$ 150 bilhões

Viagens, entregas e anúncios crescem em 2023; empresa celebra 'ponto de inflexão'

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Camilla Hodgson
San Francisco | Financial Times

A Uber divulgou nesta quarta-feira (7) seu primeiro lucro operacional anual, marcando um ponto de inflexão na história tumultuada da empresa e levando a uma nova alta em suas ações.

Os ganhos da empresa sediada em San Francisco superaram as expectativas dos analistas, graças à forte demanda por transporte e entregas, bem como ao crescimento do braço de publicidade.

O lucro operacional em 2023 foi de US$ 1,1 bilhão, em comparação com uma perda de US$ 1,8 bilhão em 2022. O lucro operacional do quarto trimestre foi de US$ 652 milhões, superando confortavelmente as previsões.

A Uber ainda relatou um lucro líquido de US$ 1,9 bilhão para 2023, em comparação com uma perda de US$ 9,1 bilhões em 2022.

Logo da Uber - Arnd Wiegmann/Reuters

Dara Khosrowshahi, presidente-executivo, comemorou os resultados como "um ponto de inflexão para a Uber, provando que podemos continuar a gerar um forte crescimento lucrativo em escala".

As ações da Uber subiram cerca de 1% na Bolsa de Nova York nesta quarta (7). Nos últimos 12 meses, elas mais que dobraram e levaram o valor de mercado da empresa a quase US$ 150 bilhões.

Já se passaram quase cinco anos desde que a Uber fracassou em seu IPO (oferta pública inicial, na sigla inglês) —primeiro não atingindo as expectativas de um valor de US$ 120 bilhões e depois entregando a pior queda em dólares no primeiro dia para uma empresa estreante nos EUA.

Grandes perdas e dúvidas fundamentais sobre o modelo de negócios têm assombrado a Uber desde então. A empresa já gastou bilhões de dólares lutando contra concorrentes de transporte, como a Lyft, concorrentes de entrega de alimentos, como a DoorDash, e reguladores hostis ao redor do mundo.

Após os períodos de restrição na pandemia, no entanto, as margens da Uber aumentaram enquanto os concorrentes ficaram para trás e a empresa reduziu custos.

A reviravolta é tão grande que a Uber sinalizou que anunciará planos para recompra de ações em uma conferência para investidores na semana que vem.

Analistas do Citi disseram neste mês que esperavam que a Uber revelasse tal programa e "não descartariam" seu primeiro anúncio de dividendos.

A possível decisão da Uber de devolver dinheiro aos investidores vem depois de acumular mais de US$ 30 bilhões em perdas operacionais desde 2014, o primeiro ano em que divulgou detalhes de suas finanças.

Sob a liderança do cofundador Travis Kalanick, a empresa levantou grandes quantias de capital em uma agressiva expansão global para dominar o mercado de transporte por aplicativo.

Ele foi substituído por Khosrowshahi, ex-diretor executivo da Expedia, em 2017, com a missão de evitar conflitos acalorados com reguladores, reduzir custos e priorizar a lucratividade.

O último trimestre do ano, geralmente o mais forte para empresas de transporte por app, foi "um trimestre excepcional para encerrar um ano excepcional", disse Khosrowshahi. As receitas aumentaram 15%, para US$ 9,9 bilhões.

Já as previsões para o primeiro trimestre de 2024 também estavam em linha com as estimativas dos analistas. A base de usuários da Uber estava "maior e mais engajada do que nunca", disse Khosrowshahi, com o número de usuários ativos mensais atingindo um recorde de 150 milhões.

O número de viagens da Uber no quarto trimestre aumentou 24% para 2,6 bilhões, enquanto as margens de lucro ajustadas tanto para o serviço de transporte quanto para o serviço de entrega de restaurantes, mercearias e varejo melhoraram em relação ao ano anterior.

O setor de entrega de mercearias e varejo, no qual a Uber buscou se expandir ainda mais, representou 20% do crescimento anual no segmento de entrega, disse a empresa.

No entanto, US$ 1 bilhão do impulso nos ganhos se deveu a um aumento no valor contábil dos investimentos de capital da empresa —em grande parte um aumento no valor de suas participações na empresa de carros autônomos Aurora e no grupo chinês de compartilhamento de caronas DiDi.

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