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Bolsa cai com balanço da Petrobras em foco; dólar tem leve queda

Estatal deve anunciar resultados de 2023 após fechamento do mercado

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São Paulo

A Bolsa brasileira registrou queda de 0,42% e fechou aos 128.339 pontos nesta quinta-feira (7), pressionada principalmente por um recuo de 1,10% nas ações da Petrobras, que foram as mais negociadas da sessão, enquanto investidores aguardam a divulgação do balanço financeiro de 2023 da estatal. A companhia deve, ainda, anunciar decisão sobre dividendos.

O anúncio ocorre após falas recentes do presidente da estatal, Jean Paul Prates, sobre planos de maior cautela da Petrobras para a distribuição de remuneração aos acionistas, tendo como pano de fundo a transição energética.

No câmbio, o dólar registrou leve queda de 0,21%, terminando o dia cotado a R$ 4,933, enquanto investidores repercutem novos pronunciamentos do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), Jerome Powell, e aguardam mais dados sobre o mercado de trabalho americano.

Painel eletrônico de cotações da B3, em 6 de julho de 2023 - Amanda Perobelli/REUTERS

Nesta quinta, o presidente do Federal Reserve afirmou que o banco central dos Estados Unidos "não está longe" de ganhar a confiança necessária na queda da inflação para começar a reduzir a taxa de juros.

"Acho que estamos no ponto certo", disse Powell ao comitê bancário do Senado norte-americano. "Estamos esperando para nos tornarmos mais confiantes de que a inflação está se movendo de forma sustentável a 2%. Quando tivermos essa confiança —e não estamos longe disso— será apropriado começar a reduzir o nível de restrição para que não levemos a economia à recessão."

Powell disse também na audiência que o banco central está "bem ciente" dos riscos que sua política monetária rígida representa para os trabalhadores, mas disse que os cortes de juros ainda dependem da evolução da economia como o Fed espera, com continuidade da inflação mais baixa.

"As falas do Powell sugerem 'mais do mesmo', no sentido de a autoridade monetária se mostrar cautelosa em relação ao início dos cortes de juros. O fato é que os dados recentes apontam para uma queda na inflação e um nível de atividade e emprego elevados. Inclusive com o próprio Powell batendo nessa tecla. Diante disso, não há porque pensar em cortes de juros tão cedo", diz Leandro Petrokas, diretor de pesquisa e sócio da Quantzed.

Apesar de não ter trazido novidades, o discurso de Powell apoiou os índices de ações americanos, que registraram altas significativas e se aproximaram de seus picos históricos.

"Não houve grande novidade, mas o mercado sempre encontra interpretações para o que se quer enxergar. Bastou Powell indicar que o Fed não está longe de chegar a um nível de confiança que permita cortar juros, para que dólar e retornos dos treasuries [títulos americanos] seguissem em trajetória de queda", afirma Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.

Na quarta, Powell já havia dito que reduções dos juros "provavelmente serão apropriadas" ainda este ano, "se a economia evoluir conforme o esperado, embora também tenha alertado que o progresso contínuo na redução da inflação "não está garantido".

Nos mercados financeiros, a avaliação foi de que não houve mudança relevante na comunicação de Powell ante falas anteriores dele e de outros membros da diretoria do Federal Reserve.

Sem grandes surpresas com Powell, os mercados se voltam para os dados de emprego de forma a entender se a economia dos EUA está caminhando numa direção que permitirá cortes de juros ainda no primeiro semestre deste ano.

A expectativa é de que o relatório de empregos do governo dos EUA, a ser publicado na sexta-feira (8), mostre abertura ainda sólida de 200 mil vagas de trabalho, contra 353 mil em janeiro. Qualquer dado acima do esperado tende a impulsionar o dólar globalmente, já que jogaria a favor de um posicionamento mais restritivo por parte do Fed.

Juros mais altos nos EUA tornam o dólar mais atraente, uma vez que elevam os retornos do extremamente seguro mercado de renda fixa norte-americano.

Com Reuters

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