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Cláudio Castro apresenta a deputados ação no STF contra juros da dívida do Rio de Janeiro com União

Governador afirma que vai propor ação 'nos próximos dias'; medida já havia sido anunciada em dezembro

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Rio de Janeiro

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou nesta segunda-feira (11) que vai entrar com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) "nos próximos dias" contra os juros cobrados pela União sobre a dívida do estado.

O anúncio foi feito após uma reunião com deputados federais do Rio de Janeiro. Os congressistas devem também discutir um projeto de lei para que altere a forma de cobrança de juros pelo governo federal.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante evento de entrega de unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida, na cidade de Magé - Eduardo Anizelli - 6.fev.24/Folhapress

"Desde as primeiras renegociações, na década de 1990, o valor da dívida do Rio de Janeiro com a União era de R$ 13 bilhões. Já pagamos R$ 153 bilhões da dívida [trazidos a valor presente], sendo cerca de R$ 107 bilhões correspondentes a juros e encargos. E mesmo pagando R$ 153 bilhões ainda estamos devendo R$ 188 bilhões hoje. Isso mostra de fato como precisamos rever urgentemente a metodologia de atualização da dívida dos estados", disse Castro.

A intenção de questionar os juros na Justiça já havia sido anunciada por Castro em dezembro. Na ocasião, ele afirmou que sua tese para questionar a cobrança havia recebido a concordância de cinco ministros do STF.

O governador afirma ter elaborado a tese de que, por não ser uma instituição financeira, o governo federal não poderia cobrar juros de outro ente da federação, mas apenas a atualização financeira do passivo até o limite da inflação.

Atualmente, o acumulado da dívida está avaliado em R$ 188 bilhões. Neste ano, o orçamento estadual prevê o pagamento de R$ 4,5 bilhões apenas em juros —o valor representa mais da metade do déficit de R$ 8,5 bilhões previsto para 2024 no estado.

O Rio de Janeiro foi o primeiro estado a aderir ao RRF (Regime de Recuperação Fiscal), em 2017, tendo renovado suas bases em 2021.

Atualmente, Castro e governadores dos demais estados que aderiram ao plano —Goiás e Rio Grande do Sul— defendem uma alteração das regras do plano.

Eles argumentam que algumas medidas adotadas pela União inviabilizaram o cumprimento de seus planos —entre elas, o corte forçado nas alíquotas de ICMS sobre combustíveis e energia elétrica no governo Jair Bolsonaro (PL), que gerou um desfalque bilionário.

Uma das mudanças centrais era a ampliação da duração do regime de 9 para 12 anos. Assim, a retomada dos pagamentos da dívida com a União seria feita de forma ainda mais gradual. Nesta segunda, porém, Castro afirmou que ampliar esse prazo não é mais suficiente.

"Seria uma proposta de aumento para 12 anos. Isso não resolve o problema. Se a gente não mudar o indexador", disse ele.

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