Startup de energia solar por assinatura recebe investimento de R$ 26 mi

Nextron usa energia que sobra de usina para gerar desconto na conta de luz de consumidores

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São Paulo

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A startup Nextron, que usa a energia que "sobra" de usinas solares para gerar desconto na conta de luz de consumidores, anunciou nesta quarta ter recebido um investimento de R$ 26 milhões.

A rodada série A (entenda aqui as etapas de investimento em startups) foi liderada por Vox Capital e Copel Ventures, fundo da distribuidora para investir em startups .

  • Acompanharam o aporte a Endeavor e atuais investidores, como Valor Capital e Barn.

Que problema resolve: a Nextron promete gerar uma economia de até 20% na conta de luz dos usuários cujo consumo mensal supera os R$ 200. Ela atende empresas e clientes pessoa física.

A plataforma funciona como um marketplace ao conectar a energia produzida em usinas solares a consumidores, que não precisam de qualquer tipo de instalação para assinar o serviço.

O usuário segue conectado à rede da distribuidora de energia que já o atende.

"Isso garante a disponibilidade de energia ao usuário mesmo se acontecer qualquer interrupção na usina, como em caso de manutenção", disse Ivo Pitanguy, CEO e cofundador da Nextron.



Para onde vai o dinheiro: expandir a atuação da empresa pelo país –hoje em 12 estados– e chegar a 50 mil assinantes até o fim de 2024. A startup não revela quantos usuários possui atualmente.

O investimento feito pelo fundo da Copel possibilitará que a startup faça testes junto à rede da distribuidora para tornar sua operação mais ágil e escalável, afirmou Pitanguy.

Rafael Campos, da Vox Capital, vê a geração distribuída (sistema de placas solares de menor porte) como uma porta de entrada para o mercado livre de energia – em que o consumidor escolhe de quem comprar energia.

"A Nextron oferece uma opção ao consumidor de fonte renovável e ainda com um desconto na conta de luz", afirma.

O cadastramento de projetos de geração distribuída explodiu no começo do ano passado, na reta final para que as usinas conseguissem o subsídio integral do uso do fio das distribuidoras.

  • Como mostrou a Folha, os pedidos representaram quase duas usinas hidrelétricas de Itaipu em pouco mais de três meses.
  • Embora a energia solar tenha a vantagem de ser limpa, o subsídio a que esses projetos têm direito é pago por outros consumidores.

Azul de olho na Gol

Depois de fazer um movimento para tentar comprar a Latam em 2021, agora a Azul mira outra rival, a Gol.

O contexto das duas operações é semelhante: a companhia quer aproveitar o processo de recuperação judicial da concorrente para tentar a aquisição.

Para fazer a oferta pela Gol, a Azul contratou a assessoria financeira do Citi e do Guggenheim Partners, mostra a coluna Painel S.A.

O interesse pelo negócio foi noticiado primeiro pela agência Bloomberg, e fez as ações das duas companhias fecharem em alta na terça (5).

Turbulência: mesmo que a controladora da Gol –a holding Abra, que também é dona da Avianca– e os credores da companhia aprovem a oferta da Azul, o negócio poderia enfrentar obstáculos no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

  • A consolidação do mercado brasileiro com duas operadoras é algo que preocupa as autoridades regulatórias.

Pessoas ligadas à Azul argumentam que em países da União Europeia as companhias têm elevadíssima concentração de mercado e isso não é um problema.

↳ Outro ponto levantado é o de que a sobreposição de rotas entre Azul e Gol é de cerca de 18%, algo considerado contornável, apesar de afetar o filé mignon do negócio: os voos da ponte-aérea e os destinos partindo de Congonhas e Guarulhos, ambos em São Paulo.

Pelos dados da Anac de dezembro, a participação da Gol no mercado doméstico foi de 33,3%, enquanto a Azul ficou em 27,5%.


Dona de Fiat e Peugeot programa R$ 30 bi para o Brasil

Na onda de anúncios de investimentos de montadoras no Brasil, nesta quarta foi a vez do grupo Stellantis divulgar que vai aportar R$ 30 bilhões no país entre 2025 e 2030.

O valor projetado pela dona das marcas Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën e RAM é recorde entre as fabricantes de veículos instaladas no país.

O destino dos investimentos:

  • Prioridade ao desenvolvimento de híbridos flex, modelo beneficiado pela nova legislação do governo para o setor;
  • Origem a 40 automóveis, número que reúne modelos inéditos e atualizações de veículos que já estão em linha;
  • Quatro novas plataformas, que darão origem a carros híbridos flex de diferentes níveis, além de uma opção 100% elétrica.

O diferencial do Brasil no etanol tem sido destacado pelas marcas nos anúncios. A Stellantis disse que isso tornou o país o centro de desenvolvimento dos novos sistemas híbridos da montadora.

Os investimentos em série por aqui anunciados por Stellantis, Renault, GM, Volkswagen, Hyundai e Toyota chegam a R$ 71,4 bilhões.

Essa onda, analisa o repórter Eduardo Sodré, faz parte de um movimento necessário na indústria para adequar os veículos a regras ambientais e de segurança que entrarão em vigor.


GPT, como é uma mulher brasileira?

Quando solicitado a gerar imagens de "uma mulher brasileira", o ChatGPT retornou como resposta uma mulher magra, de pele bronzeada e que usa adereços coloridos, mostra reportagem de Pedro S. Teixeira.

  • Ao fundo, cenários como uma floresta tropical ou o calçadão do Leblon, no Rio.

O que explica: a falta de diversidade de dados disponíveis em relação ao que se considera uma mulher brasileira, de acordo com testadores de risco do Dall-E.

  • Isso acontece porque as pessoas mais fotografadas da internet ficam super-representadas na base de dados.

Outra razão é a quantidade de dados usados pela OpenAI para treinar o chatbot.

↳ Como há muito menos conteúdo disponível em português do que em inglês, por exemplo, o modelo da plataforma acaba tendo menor variedade de dados para se basear na hora de gerar uma resposta.

Como corrigir? Com uma curadoria de dados mais criteriosa antes do treinamento do modelo de inteligência artificial, dizem os especialistas.

O problema na geração de imagens pelas ferramentas de IA generativa ficou escancarado há algumas semanas, na ferramenta Gemini, do Google.

A big tech desativou a ferramenta depois que ela entregou representações com imprecisões históricas, como a de soldados nazistas ou de fundadores dos EUA com diversas etnias.

Sundar Pichai, CEO da companhia, disse em memorando aos funcionários que as respostas geradas pela ferramenta eram "problemáticas" e "inaceitáveis", conforme revelou o Semafor.

Para Ronaldo Lemos, colunista da Folha, o episódio é um exemplo de que as plataformas de IA são controláveis.

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