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Dólar cai a R$ 5,00 antes de dados de inflação dos EUA; Bolsa encosta nos 130 mil pontos

Apostas sobre o início de corte de juros americanos seguem como foco do mercado

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São Paulo

O dólar continuou sua trajetória de queda e caiu 0,49% nesta segunda-feira (9), fechando o dia cotado a R$ 5,005, enquanto investidores evitam grandes apostas antes da divulgação de dados de inflação nos Estados Unidos, prevista para quarta-feira (10). Uma nova alta do minério de ferro no exterior também fortaleceu o real.

Os novos números podem influenciar a próxima decisão do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) sobre o início do ciclo de cortes de juros no país e serão divulgados num momento em que investidores adiam suas apostas sobre o afrouxamento monetário americano.

"A inflação persistente tem sido um ponto de discórdia para o Federal Reserve em potencialmente reduzir as taxas de juros. Diversos oficiais alertaram que a inflação elevada poderia potencialmente atrasar os cortes nas taxas este ano", diz a equipe da Guide Investimentos

Na Bolsa brasileira, o dia foi de alta, e o Ibovespa encostou nos 130 mil pontos apoiado principalmente por um alívio nos rendimentos dos títulos americanos e pelo setor financeiro.

A Vale, que começou o dia subindo, passou a cair após um rebaixamento de recomendação de compra feito pelo Bank of America, descolando-se da alta do minério e limitando os ganhos do principal índice da Bolsa. Já a Petrobras teve mais um dia instável, mas garantiu desempenho positivo no fim do pregão.

Com isso, o Ibovespa subiu 0,80%, aos 129.890 pontos, segundo dados preliminares.

"O mercado todo em compasso de espera pelos número de inflação americana, que é super importante para entender se o conforto do Jerome Powell [presidente do Fed] vai continuar em relação às próximas decisões, quando devem cortar juros, quantas vezes vai cortar e qual o tamanho desse corte", diz Pedro Marinho Coutinho, sócio da The Hill Capital.

Notas de dólares ao lado de gráfico indicando oscilação do mercado
Mercado avalia relatório trimestral da inflação no Brasil divulgado pelo Banco Central - Dado Ruvic/Reuters

No câmbio, os preços do minério de ferro foram o principal motivador para a queda do dólar ante o real. A moeda norte-americana cedeu durante toda a sessão no Brasil em continuidade ao movimento da véspera, com o real sendo favorecido pela alta do minério de ferro no exterior.

Em meio à expectativa de melhora na demanda da China, maior consumidor global do produto, o minério de ferro mais negociado para setembro na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou com alta de 5,63%. Este é o nível mais alto desde 25 de março, após aumento de mais de 3% na segunda-feira.

"O real está mais ligado hoje às moedas de commodities, como o rand sul-africano e o peso chileno, que também se beneficiam da valorização dos metais", pontuou Carlos Lopes, economista do banco BV. "Mas hoje, especificamente, [o câmbio] está com pouca movimentação, com ausência de dados. O mercado está aguardando os números de inflação dos EUA", acrescentou.

Rugik e um operador ouvido pela Reuters chamaram atenção, no entanto, para a liquidez relativamente reduzida nesta terça-feira, com investidores segurando posições antes da divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA, na quarta-feira.

Participantes do mercado no Brasil também seguiam atentos ao noticiário sobre possível mudança na meta fiscal para 2025. O governo tem até o dia 15 para encaminhar ao Congresso o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do próximo ano.

Sobre o assunto, analistas do Itaú BBA afirmam que a meta de déficit primário zero para 2024 deve ser mantida, mas que o superávit de 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) para 2025 é um desafio, já que parte das medidas de arrecadação deste ano decorre de receitas extraordinárias e a probabilidade de implementação de novas medidas é baixa.

"Caso o governo decida pela alteração, seria importante o anúncio de medidas compensatórias, que mantenham uma trajetória de convergência do resultado primário a níveis consistentes com a estabilização da dívida pública a médio prazo", dizem os analistas.

Na segunda (8), a Bolsa brasileira registrou alta de mais de 1% apoiada por um forte avanço das ações da Vale, que surfaram na disparada do minério de ferro no exterior e subiram mais de 5%.

O bom desempenho da commodity também fortaleceu o real, e o dólar registrou queda expressiva em relação à moeda brasileira.

A alta do minério de ferro tem como pano de fundo a esperança de possíveis medidas para reforçar o setor siderúrgico na China e por expectativas de uma onda de reabastecimento pós-feriado por parte de siderúrgicas do país.

Fortes altas da Petrobras e de bancos também contribuíram para a alta da Bolsa.

Com isso, o Ibovespa terminou o dia em alta de 1,62%, aos 128.857 pontos, segundo dados preliminares, enquanto o dólar fechou em queda de 0,96%, cotado a R$ 5,023.

As ações da Vale foram as mais negociadas da sessão e avançaram 5,45%. Já a Petrobras teve alta de 1,49% em seus papéis preferenciais (sem direito a voto) e de 1,38% nos ordinários (com direito a voto).

Com Reuters

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