Dona da F1 tenta replicar sucesso com MotoGP, China quer reconquistar turistas e o que importa no mercado

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São Paulo

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Dona da F1, Liberty compra MotoGP

A Liberty Media, dona da Fórmula 1, fechou a compra da empresa proprietária da MotoGP em um negócio avaliado em 4 bilhões de euros (R$ 21,5 bilhões).

A Liberty adquiriu 86% da Dorna, empresa que também organiza o Mundial de Superbike e a MotoE. Os 14% restantes permanecerão com os acionistas da companhia agora vendida.

O acordo coloca sob o guarda-chuva da Liberty duas das principais categorias do automobilismo global, algo que deve atrair a atenção das autoridades reguladoras.



Por que importa: a Liberty vai tentar replicar o sucesso do modelo de negócio que ela alcançou com a F1 depois de tê-la comprado em 2017, por US$ 8 bilhões (R$ 39 bilhões, na cotação atual).

  • A série que está em sua sexta temporada na Netflix acompanha os bastidores das disputas e picuinhas entre pilotos e equipes durante a temporada.
  • Em 2023, o lucro operacional da F1 aumentou 64% em relação ao ano anterior, para US$ 392 milhões (R$ 1,9 bilhão).
  • As receitas chegaram a US$ 3,2 bilhões (R$ 15,9 bilhões), seis vezes mais que o faturamento da Dorna –483 milhões de euros (R$ 2,6 bilhões).

Sim, mas… O negócio ainda depende do aval dos reguladores europeus e americanos. Em 2006, a empresa de private equity CVC Capital teve que vender a MotoGP para poder comprar a F1.

O CEO da Liberty, Greg Maffei, diz estar confiante de que o acordo vai ser aprovado.

Ele afirmou que o mercado mudou desde 2006, com uma variedade maior de propriedades esportivas e de entretenimento, e que a Liberty irá tratar as duas categorias de forma separada.


Como China tenta reconquistar turistas

Como alternativa a um trajeto que pode superar 30 horas, com escalas na África, no Oriente Médio ou na Europa, a Air China estreia a partir do dia 28 deste mês uma rota que liga São Paulo a Pequim em 22 horas e 25 minutos.

A viagem que segue prevendo uma parada, em Madri, está sendo avaliada como o voo mais longo com a mesma aeronave Boeing 787.

O que explica: o anúncio da Air China faz parte do esforço para reabrir o país aos visitantes estrangeiros, relata Nelson de Sá, o correspondente da Folha em Pequim. A recuperação ainda lenta do turismo, inclusive de negócios, levou a uma série de iniciativas de estímulo. São alguns exemplos:

↳ A derrubada da exigência de visto, sem a exigência de reciprocidade, para visitas de até 15 dias de um número crescente de países, quase todos europeus –não se espera que a flexibilização chegue logo aos brasileiros ou americanos.

↳ A liberação da vinculação de cartões de crédito estrangeiros nos aplicativos de pagamento WeChat e Alipay, que substituem o dinheiro no dia a dia do país.

↳ O fim da exigência da comprovação de vacina e da declaração de saúde, assim como a simplificação dos processos para a solicitação de visto.

Em números:

  • Foram 35,5 milhões de entradas e saídas de estrangeiros em 2023, 36% dos 97,7 milhões registrados em 2019, antes da pandemia.
  • 41,5% foi a diferença entre os primeiros meses de 2024 com o período pré-crise sanitária, o que indica uma melhora em relação ao ano anterior.

Dólar acelera, e BC reage

Os sinais de uma economia americana mais forte que o esperado fizeram o dólar ganhar força mundo afora nesta segunda.

No Brasil não foi diferente, e a moeda americana terminou o pregão cotada em R$ 5,058. Em reação, o BC (Banco Central) anunciou uma intervenção no câmbio para esta terça.



O que explica a alta do dólar: os dados americanos de inflação e atividade industrial vieram acima das projeções do mercado.

↳ Ao reforçarem a narrativa de aquecimento da economia americana, essas divulgações fizeram os analistas colocarem em dúvida a aposta de que os juros cairão no país a partir de junho.

↳ Taxas altas por mais tempo nos EUA aumentam a atratividade dos títulos do Tesouro americano, que passam a ser mais procurados por investidores.

↳ Consequência: o dólar ganha força ante outras moedas, e os mercados de maior risco, como as Bolsas, são penalizados.

Intervenção: em meio ao cenário de volatilidade da moeda americana, o BC (Banco Central) anunciou para hoje um leilão adicional de até 20 mil contratos de swap cambial, o equivalente a US$ 1 bilhão.

  • Entenda: a ideia da autarquia é esfriar a cotação da divisa ao aumentar sua oferta diante da maior demanda dos investidores.
  • Para isso, o BC usa um instrumento que injeta dólares no mercado futuro. Quem compra esses contratos está protegido em caso de desvalorização do real até a data de vencimento.

É a primeira vez que a autoridade monetária adota esse artifício desde o início do governo Lula (PT). Em 2023, não houve leilões extras de dólar por causa da baixa volatilidade do real e do forte fluxo comercial.


Cresce otimismo com elétricos no Brasil

Apesar da revisão global de expectativas –para pior– sobre a adoção dos carros elétricos nos EUA e na Europa, aqui no Brasil a indústria demonstra otimismo com o futuro.

É o que apontam estudos feitos por consultorias que monitoram o segmento.

A Jato Dynamics e a Bright Consulting projetam para 25% a participação de eletrificados (elétricos e híbridos) nas vendas do mercado brasileiro em 2030; no começo do ano, o cálculo da Jato estava em 12,5%.

  • No acumulado de janeiro e fevereiro deste ano, esses veículos representaram 9,34% do total comercializado, segundo a consultoria.

Um levantamento da KPMG mostra que 42% dos executivos brasileiros disseram estar extremamente confiantes com o crescimento do setor automobilístico nos próximos cinco anos.

↳ Além de ser um aumento de mais de dez pontos percentuais na comparação com o levantamento do ano anterior, é um contraste com a queda do otimismo entre os executivos de empresas americanas e europeias.

O que explica: os agentes do setor afirmam que o otimismo no Brasil reflete uma sensação de retomada da indústria automotiva em meio a novos programas do governo e anúncios de investimentos no país.

Lá fora, os temores estão sobre a concorrência chinesa, que produz os veículos a um custo menor e inunda os mercados do Ocidente.

A BYD, maior do país, disse que suas vendas cresceram 13% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2023.

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