IA no Web Summit, CEO da Nike define 'culpado' por queda de inovação e o que importa no mercado

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Rio de Janeiro

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IA: positiva ou perigosa?

No Web Summit da IA (inteligência artificial), o tema mais uma vez foi debatido pelas principais vozes que participaram do segundo dia do evento.

Para Luiza Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, a atual febre de IA (inteligência artificial) é positiva e, ao mesmo tempo, perigosa.

"Esses dias colocaram a minha imagem com a minha voz [em um deepfake] falando que eu estava dando prêmio em todas as lojas. [A ferramenta] Tem um lado muito positivo, que realmente vai facilitar, e tem o lado que nem todo conteúdo está tão bom assim e que as pessoas levam a sério", disse Trajano.


A empresária discutiu o tema ao lado de Mate Pencz, cofundador e CEO da startup imobiliária Loft, e Rodrigo Marques, diretor de estratégia da Claro Brasil.

"A IA gera uma capacidade de processar dados em alta escala por uma fração do custo que tínhamos antes. Não tem área em que a gente não consegue se beneficiar em termos de custo e receita, de viabilizar novos produtos" afirmou o CEO da Loft.

Na Claro, a IA generativa é utilizada para três propósitos, de acordo com o diretor de estratégia da companhia: melhorar a experiência do cliente, criação de novos negócios e melhora da produtividade da companhia.

No Itaú, o chefe de tecnologia, Ricardo Guerra, disse estar esperançoso com potencial da IA generativa de entender melhor como tomar decisões. "Talvez ela não fique perfeita neste ano ou no próximo, mas devemos melhorar muito até lá".

E como os investidores de startups estão vendo a febre em torno da tecnologia? Magnus Grimeland, da gestora internacional Antler, separa as empresas em três camadas –todas promissoras, segundo ele:

  • As que oferecem infraestrutura: um ou dois fundadores são especialistas na ferramenta e desenvolvem produtos de capital intensivo. São as empresas de fabricação de chips, de armazenamento de dados.
  • As que criam apps: fundadores não precisam ser experts na tecnologia para desenvolver ferramentas que solucionem problemas das pessoas a partir da IA.
  • As que usam IA para aumentar a produtividade: chamadas de "AI enabled", criam ferramentas abastecidas com sistemas intensivos em IA, como os chatbots e os criadores de imagem.

Depois da escassez de chips, agora é a da energia?

  • Sam Altman, da OpenAI, em busca de US$ 7 trilhões para reformular a produção de chips pelo mundo;
  • Google, Amazon e Microsoft com projetos internos para desenvolver esses componentes;
  • Nvidia projetando que será necessário US$ 1 trilhão de investimento em datacenters para rodar as ferramentas de IA.

Tem um problema. De onde virá a energia para abastecer todos esses projetos?

O gargalo de fornecimento já preocupa os executivos ao ponto de Elon Musk ter dito que a baixa oferta de energia pode ser uma trava para projetos de IA da mesma forma que a escassez de chips foi no ano passado.

Andy Jassy, da Amazon, disse que "não há energia suficiente no momento" para executar novos serviços de IA generativa.

A eletricidade consumida por datacenters ao redor do mundo vai mais do que dobrar até 2026, para mais de 1 mil terawatts-hora, mais ou menos o quanto o Japão consome anualmente.

Tem também o impacto ambiental. De que fontes virá a eletricidade para deixar os supercomputadores funcionando?

A Microsoft está de olho nisso e contratou este ano um diretor de "aceleração do desenvolvimento nuclear", para pensar em projetos de energia nuclear que fiquem próximos aos datacenters.


Com home office não teria Air Jordan?

O CEO da Nike, John Donahoe, elegeu um culpado pela desaceleração da inovação na empresa: o trabalho remoto.

  • "É evidente que é realmente difícil desenvolver um sapato ousadamente disruptivo pelo Zoom", afirmou Donahoe em entrevista à emissora americana CNBC.

Ele chegou a citar os prejuízos causados com o fechamento das fábricas da companhia no Vietnã durante a pandemia, mas que o prejuízo "ainda mais importante" foi ter os funcionários da Nike trabalhando em casa por dois anos e meio.

O executivo disse que as equipes da empresa voltaram a trabalhar presencialmente há 18 meses e que, desde então, estiveram focadas em reconstruir projetos de inovação.


O jornalista viajou a convite do Web Summit Rio

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