IBGE quer pesquisar como brasileiro usa o tempo, diz Pochmann

Presidente do instituto afirma que tema deve ser investigado na nova Pesquisa de Orçamentos Familiares

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Rio de Janeiro

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) pretende pesquisar como os brasileiros usam o tempo, tanto no trabalho quanto em casa, disse nesta terça-feira (9) o presidente do órgão, Marcio Pochmann.

Segundo o economista, os dados sobre o assunto devem ser apurados na próxima edição da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares), que tradicionalmente identifica o padrão de consumo das famílias com bens e serviços.

"A POF tem um elemento a mais que estamos tratando, que não temos em pesquisas no Brasil, que seria inédito: o uso do tempo. Como se usa o tempo não apenas no âmbito do trabalho, mas [também] em casa", afirmou Pochmann em entrevista a jornalistas no Rio de Janeiro.

Marcio Pochmann participa em Brasília de cerimônia de posse como presidente do IBGE - Gabriela Biló - 18.ago.2023/Folhapress

A POF serve para atualização da cesta de produtos e serviços do índice oficial de inflação do Brasil, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), também divulgado pelo IBGE. A edição mais recente da POF é referente aos anos de 2017 e 2018.

Pochmann sinalizou que a intenção é ter uma atualização da pesquisa em 2026. Ele, contudo, avaliou que o instituto vem sofrendo com restrições orçamentárias. Segundo Pochmann, o órgão até já enfrentou dificuldades para o pagamento do aluguel de imóveis fora do Rio.

"A casa [IBGE] tem condições de fazer tecnicamente [suas pesquisas], mas nos falta o recurso suficiente para isso", afirmou Pochmann.

À frente do instituto desde agosto do ano passado, o economista disse que o órgão teve R$ 9 milhões bloqueados do orçamento para 2024.

Pochmann afirmou que tem ido "com certa constância" a Brasília para tratar do financiamento das atividades do IBGE e que terá uma nova agenda na capital federal nesta quarta (10).

"O IBGE não tem autonomia financeira, dependemos do orçamento da União", disse.

Segundo Pochmann, o instituto também se organiza para realizar o Censo Agropecuário e pesquisas inéditas como uma possível contagem dos brasileiros no exterior e um levantamento da população que vive nas ruas do país.

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