Descrição de chapéu alimentação

Lamen coreano vira hit e amplia mercado no exterior

Produto da marca Nongshim bomba nos EUA, onde a empresa pretende ter mais linhas de produção

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Song Jung-a
Financial Times

A Nongshim, principal fabricante de macarrão instantâneo da Coreia do Sul, diz estar acelerando a expansão da marca no exterior, já que seus produtos de ramen se beneficiam da crescente popularidade da cultura coreana em países como Estados Unidos.

O macarrão instantâneo se tornou uma indústria de US$ 50 bilhões, com exportações do produto da Coreia do Sul atingindo um recorde de US$ 1 bilhão no ano passado.

O Shin Ramyun, produto de macarrão apimentado mais popular da Nongshim, registrou vendas recordes de 1,2 trilhão de wons (R$ 4,55 bilhões) em 2023, com quase 60% provenientes do exterior. A Nongshim estabeleceu a meta de triplicar as vendas anuais nos EUA para US$ 1,5 bilhão (R$ 7,74 bilhões) e se tornar a maior fabricante de macarrão instantâneo no mercado até 2030.

O interesse ocidental pela comida coreana cresceu com o surgimento do K-pop, filmes e dramas sul-coreanos. Parasita, filme vencedor do Oscar, elevou o prato apelidado de Chapaguri —uma mistura do Chapagetti com sabor de feijão preto da Nongshim e o Neoguri à base de frutos do mar.

A pandemia do Covid-19 também ajudou a impulsionar um boom global nas vendas de macarrão instantâneo como uma refeição rápida, saborosa e acessível em casa.

Fotografia de um close-up das mãos de uma pessoa segurando um copo de macarrão instantâneo. A pessoa levanta uma porção do macarrão cozido e fumegante com um garfo.
Macarrão instantâneo - Getty Images

"Asiáticos costumavam ser os principais apreciadores do ramen, mas hoje em dia, pessoas hispânicas e locais nos EUA se tornaram os principais consumidores de ramen, à medida que mais jovens de lá experimentam comidas apimentadas", disse Yongjae Lee, vice-presidente executivo da Nongshim, responsável pelas vendas internacionais.

O maior mercado externo da Nongshim é nos EUA, onde é a marca é a segunda maior —com uma participação de mercado de 25,4%—atrás apenas da Toyo Suisan Kaisha, do Japão, que detém quase metade do mercado americano, de acordo com Euromonitor International.

As vendas da Nongshim na América do Norte, onde seus produtos podem ser encontrados em grandes varejistas como Costco e Walmart, aumentaram 10% no ano passado, atingindo US$ 538 milhões (R$ 2,77 bilhões).

A explosão na popularidade dos macarrões super apimentados "fire chicken" da Samyang, rival sul-coreana, também contribuiu para o boom do ramen nos EUA, mais que dobrando o preço das ações da Samyang este ano.

Lee disse que a estratégia de alta qualidade da empresa com Shin Ramyun Black premium funcionou —americanos apreciam o caldo apimentado com sabor de carne e macarrão mastigável. "Nossos produtos lá são duas a três vezes mais caros do que os de nossos concorrentes, mas muitos consumidores preferem nossos produtos porque são mais saborosos", disse ele.

Ele espera que as vendas nos EUA aumentem este ano, já que o Walmart planeja mover o Shin Ramyun de sua seção de supermercado asiático, de nicho, para a seção de alimentos convencionais, que tem um "grande significado simbólico".

Para atender à demanda crescente, a Nongshim está adicionando novas linhas de produção à sua segunda fábrica em Los Angeles, que entrou em operação em maio de 2022. Também está considerando a construção de uma terceira fábrica nos EUA e uma instalação doméstica dedicada às exportações.

Atualmente, a Nongshim possui cinco fábricas de macarrão no exterior —duas nos EUA e três na China— e cinco na Coreia do Sul.

As vendas na China têm estagnado devido ao crescimento lento da economia chinesa e o surgimento de concorrentes locais. A Nongshim também tem se voltado para o mercado europeu e planeja estabelecer uma subsidiária de vendas lá no próximo ano. Isso ocorre depois que o Shin Ramyun ganhou popularidade no Reino Unido e na Alemanha, impulsionando as vendas na região em mais de 30% no primeiro trimestre.

"A Europa é um mercado difícil de conquistar devido ao orgulho dos europeus de sua culinária, sua percepção negativa do ramen como junk food e as rígidas regulamentações de importação da região", disse Lee.

Mas ele espera que as vendas europeias aumentem em um terço este ano, atingindo US$ 80 milhões (R$ 412 milhões), já que a Nongshim planeja uma campanha de marketing em Paris durante as Olimpíadas em julho.

Sunny Moon, gerente de pesquisa da Euromonitor, alertou que os europeus continuam resistentes a comidas apimentadas, enquanto os americanos abraçaram os macarrões instantâneos como uma refeição diária reconfortante.

"Diferentemente dos EUA, os europeus permanecem conservadores em relação à comida e não apreciam comidas apimentadas", disse, "então é difícil esperar um boom de ramen na Europa em breve".

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