Montadoras vivem tempestade perfeita, ex-CEO da Binance condenado e o que importa no mercado

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São Paulo

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A tempestade perfeita das montadoras

O primeiro trimestre foi de vendas fracas para as montadoras mais tradicionais, em meio à queda de demanda e à concorrência chinesa.

O mercado, porém, avalia estar perto de um ponto de virada, e prepara lançamentos para o segundo semestre para atiçar o apetite do consumidor.

↳ Volkswagen, Stellantis (dona de Fiat, Chrysler e Peugeot) e Mercedes-Benz afirmaram que seus novos modelos ajudarão a acelerar as vendas após uma forte retração no primeiro trimestre.

Na Mercedes, os altos custos de atualização de modelos apareceram no resultado dos primeiros três meses do ano. Os lucros caíram 34%, e as ações da montadora recuaram 5% na Bolsa de Frankfurt.



O que explica: as fabricantes vivem uma espécie de tempestade perfeita.

  • Os juros ainda altos ao redor do mundo freiam o apetite do consumidor;
  • As vendas fracas não compensam o investimento necessário para lançar novos modelos, mais sustentáveis;

Essa combinação também afeta a Tesla, a maior montadora do mundo em valor de mercado.

Em meio a seu processo de reestruturação, que envolve a demissão de 10% de funcionários, Elon Musk fechou a divisão da companhia responsável pela rede de carregadores.


Agro conectado

Com apenas 19% da área disponível para uso agrícola com cobertura 4G no país, o setor busca uma série de acordos com empresas de telecomunicações para conectar os produtores.

↳ Um deles foi feito pela John Deere, gigante mundial na fabricação de máquinas agrícolas. Ela acertou com a SpaceX, de Elon Musk, para disponibilizar a internet via satélite da Starlink para as máquinas em território brasileiro e americano.

↳ Concorrentes da John Deere, Case e New Holland têm parceria semelhante com a Intelsat, também de internet via satélite.

Por que importa: além de conectar as famílias no campo, a internet de alta velocidade é essencial para o desenvolvimento da agricultura de precisão.

As máquinas agrícolas modernas contam com sistema de transmissão em tempo real dos dados, para que agrônomos, técnicos e demais funcionários das fazendas corrijam eventuais problemas que surjam durante as atividades nas lavouras.

Com preços que não raramente ultrapassam o valor de R$ 5 milhões por unidade, não faz sentido para muitos produtores pagar por uma tecnologia embarcada que dificilmente será utilizada em sua plenitude por eles.


CZ condenado a 4 meses de prisão

O ex-presidente-executivo e fundador da corretora de criptomoedas Binance, Changpeng Zhao (CZ), 47, foi condenado a quatro meses de prisão nos EUA.

Ele havia se declarado culpado em novembro do ano passado de lavagem de dinheiro, em um processo em que ele teve de renunciar ao cargo de CEO e a empresa pagar uma multa de US$ 4,3 bilhões (R$ 22,3 bilhões).

O processo: os promotores dos EUA haviam pedido uma pena de três anos de prisão para Zhao, citando a necessidade de o tribunal enviar uma mensagem "para o mundo".

  • O Departamento de Justiça acusou a Binance e seu fundador de não interromper transações que financiaram grupos terroristas como o Hamas e a Al-Qaeda, além de organizações no Irã e na Rússia.
  • Segundo as autoridades, quase US$ 900 milhões em transações burlaram as sanções dos EUA ao Irã e milhões de dólares foram movidos entre a corretora e o mercado negro russo Hydra.
Changpeng Zhao, fundador e ex-CEO da Binance - Jason Redmond/AFP

A defesa: os advogados pediram a liberdade condicional de CZ, argumentando que ele é réu primário e está colaborando com as autoridades.

  • O executivo disse se arrepender de não ter colocado em prática políticas de "know your customer" (conheça seu cliente) mais rígidas na Binance.

A decisão: CZ foi liberado sob fiança de US$ 175 milhões (R$ 904 milhões), mas proibido de deixar os EUA.

O processo contra a Binance, a maior corretora cripto do mundo, faz parte da ofensiva das autoridades americanas contra grandes empresas do setor.

  • A ação com maior repercussão foi a que levou Sam Bankman-Fried, o fundador da FTX, a 25 anos de prisão, acusado de cometer fraude contra seus consumidores.

Dona da Ray-Ban quer liderar mercado de smart glasses

A EssilorLuxottica, maior fabricante de óculos de grau e de sol do mundo, também quer dominar o novo mercado de smart glasses.

Para isso, a empresa que faturou 25,4 bilhões de euros (R$ 138,8 bilhões) no ano passado formou parcerias:

  • Com a Meta (dona do Facebook), para lançar o Ray-Ban inteligente, que tira fotos, grava áudios, projeta hologramas e tem acesso a aplicativos da empresa de Mark Zuckerberg.
  • Com a Escola Politécnica de Milão, para formar um laboratório desenvolvedor de novas tecnologias para smart glasses. O acordo, válido até 2027, conta com 100 pesquisadores.

O objetivo é combinar tecnologia digital com bioengenharia, física e inteligência artificial.

Briga de gigantes: entre os concorrentes no mercado de óculos inteligentes estão big techs como a própria Meta, que trabalham com os óculos de realidade mista (virtual e aumentada) como possíveis substitutos dos smartphones no futuro.

O mercado passou a olhar mais de perto para essa possibilidade no ano passado, quando a Apple divulgou que estava lançando o Vision Pro –considerado a novidade mais relevante da fabricante desde o Apple Watch, em 2014.

O dispositivo começou a ser vendido em fevereiro deste ano nos EUA, por US$ 3.499 (R$ 17.380).

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