Descrição de chapéu Sabesp São Paulo

Sabesp assina contrato de concessão com grupo de cidades de São Paulo

Agora, venda da companhia precisa ser discutida no conselho do Programa de Parcerias de Investimentos do Estado de São Paulo

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São Paulo

A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico de São Paulo) anunciou nesta segunda-feira (27) que assinou contrato de concessão com a URAE-1 (Unidade Regional de Serviços de Abastecimento de Água Potável e Esgotamento Sanitário Sudeste), que tem por objeto a prestação de serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário aos municípios integrantes da entidade, criada no âmbito do marco do saneamento e no contexto de privatização da companhia.

A empresa afirmou que o contrato, de 92 páginas, "tem sua eficácia condicionada à conclusão do processo de desestatização", algo que pode ocorrer entre junho e agosto, após oferta de ações.

O grupo URAE-1 foi criado em 2021 a partir de um projeto de lei apresentado pelo então governador, João Dória (PSDB), e reúne todos os municípios atendidos pela Sabesp.

A imagem captura uma vista aérea de uma barragem, mostrando a água em movimento criando padrões de espuma branca enquanto flui através das comportas. A composição simétrica divide a fotografia, com a estrutura da barragem formando uma linha divisória.
Estação de tratamento de água da Sabesp, em Santo Amaro, na zona sul de São Paulo - Folhapress

Nesse modelo, os municípios que utilizam as mesmas fontes de água e sistemas de saneamento formam blocos regionais e decidem, em conjunto, ações relacionadas ao tema. O estado de SP tem quatro URAEs.

Em reunião que durou menos de duas horas na última segunda-feira (20), os prefeitos de cidades atendidas pela Sabesp aprovaram o contrato, que tem como um dos principais pontos a prorrogação da concessão até 2060. Foi a última etapa política do processo de desestatização da companhia.

Ao todo, 305 municípios e entidades civis participaram da votação, sendo que 18 foram contrários à aprovação do contrato e 287 favoráveis. Entre os municípios contrários, estão São José dos Campos, Franco da Rocha, Glicério, Ilhabela, Itapeva e Mauá.

Alguns municípios não compareceram à reunião, já que a Sabesp tem contrato com 375 cidades e, destas, 372 integram o grupo de prefeitos que se reuniram nesta segunda.

Como entidades de sociedade civil, municípios e o governo do estado têm pesos diferentes na votação, o novo contrato unificado foi aprovado por 89,9% dos votos. O voto do Executivo estadual vale 37%, o da capital paulista, 19%, o da sociedade civil, 6% e o dos demais municípios, 38% —nesse formato, portanto, uma eventual aliança entre o governo de SP e a prefeitura da capital já garante a maioria dos votos.

Independentemente de quais prefeitos foram contrários à assinatura do contrato, com a aprovação, todos os municípios que fazem parte do grupo deverão continuar sendo atendidos pela Sabesp até 2060. Com isso, os atuais contratos entre os municípios e a companhia serão encerrados após a venda das ações da empresa, e o acordo passará a valer logo em seguida —não será necessário, portanto, um contrato para cada cidade, como é feito hoje.

Agora, a venda da Sabesp precisa ser discutida no conselho do Programa de Parcerias de Investimentos do Estado de São Paulo, ligado ao governo do estado.

Em paralelo, porém, parlamentares da oposição devem continuar acionando a Justiça para frear o processo.

A secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do estado, Natália Resende, disse que o governo não teme decisões desfavoráveis do Judiciário. "A gente tem uma tranquilidade muito grande em relação à judicialização, porque a gente está fazendo um processo muito robusto do ponto de vista jurídico e do ponto de vista técnico", afirmou na segunda-feira passada.

"Todas as vezes que aparece uma outra ação, vocês podem perceber que elas não vão adiante, porque a gente consegue fornecer respostas muito claras, muito objetivas, sempre com muita fundamentação."

(Com Reuters)

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