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Nvidia sofre tombo na Bolsa e perde posto de mais valiosa do mundo

Ações da empresa caíram 13% entre quinta e segunda-feira, se recuperando em parte nesta terça (25); leia edição da newsletter FolhaMercado

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Victor Sena
São Paulo

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Nvidia tem tombo de 13% em três dias

As ações da Nvidia caíram 13% entre a última quinta e esta segunda-feira (24), o que tirou a fabricantes de chips da posição de mais valiosa do mundo. Só na segunda (24), a queda foi de 6,7%, a maior entre as ações do índice de tecnologia Nasdaq.

↳ Com o resultado, a Microsoft retornou à liderança do ranking de empresas mais valiosas (US$ 3,3 tri), seguida pela Apple (US$ 3,2 tri).

↳ Nesta terça (25), porém, as ações recuperam 6,7%, mas a Nvidia segue em terceiro lugar.

Por que importa: a gigante de chips não caiu sozinha. Netflix (-2,49%), Amazon (-1,86%) e Microsoft (-0,47%) também registraram quedas. O movimento deixou investidores em alerta quanto a um esfriamento do mercado nos EUA, que vive um boom nas bolsas desde 2023.

↳ O avanço da IA e a força da economia americana, apesar de juros altos, elevaram os preços das ações.

Bolha? Apesar dos resultados positivos da Nvidia e de outras techs, parte dos analistas alerta para o risco de uma bolha. Afirmam que as ações teriam subido demais.

  • Ações da Nvidia acumulam alta de 140% em 2024, mesmo com as últimas baixas.

A empresa: é a principal fornecedora de chips de alto desempenho em que a tecnologia de inteligência artificial é processada. Com o crescimento do ChatGPT e do Google Gemini, as encomendas por essa infraestrutura dispararam.

↳ Foi fundada nos anos 1990 em Santa Clara, Califórnia. Antes da IA, era sucesso no mercado de games.

Nvidia domina mercado de chips para inteligência artificial - Tyrone Siu/REUTERS

A Nvidia domina 80% do mercado de chips para processamento de inteligência artificial, de acordo com a consultoria Omdia. Quer manter a liderança com uma nova geração de chips.

↳ Xilinx, Google, AMD e Intel, todas dos EUA, dividem o restante do bolo.

Para aprofundar: o assessor de investimentos e colunista da Folha Marcos de Vasconcellos aponta que a onda de regulação por que passa a inteligência artificial pode levar a uma desvalorização das ações.


Real chega aos 30

O real, atual moeda brasileira, completa 30 anos na próxima segunda-feira (1º). Nesse mesmo dia, em 1994, as notas conhecidas pelos animais estampados entraram em circulação.

↳ A inflação, finalmente, estava controlada. O índice foi de 47% ao mês para 6,84%.

A cereja de um plano. O lançamento do real foi apenas a terceira e última etapa de um programa de controle da hiperinflação, que chegou a 5.000% ao ano.

O plano começou em maio de 1993, quando o então senador Fernando Henrique Cardoso assumiu o Ministério da Fazenda.

↳ Ele foi nomeado pelo então presidente da República, Itamar Franco, vice de Fernando Collor que assumiu a presidência após o impeachment de 1992. Era o quarto ministro em sete meses.

Em entrevista à Folha, o economista Edmar Bacha, que primeiro apresentou o conjunto de ideias a FHC, conta que o primeiro rascunho do plano foi feito num "papelzinho azul".

Entenda: Bacha levou ao ministro as ideias dos colegas André Lara Resende e Pérsio Arida, que propunham o uso de duas moedas ao mesmo tempo para se livrar da inflação. O grupo de trabalho também contava com Gustavo Franco, Pedro Malan e Winston Fritsch.

Primeiro viria um controle das contas públicas. Depois, o plano propunha a transição usando a segunda moeda, que seria virtual e foi batizada de URV (Unidade Real de Valor).

Ela funcionaria como uma espécie de ponte e, só depois, a moeda nova seria lançada.

↳ A estratégia era usar a URV ao mesmo tempo em que se mantinha a moeda antiga, o cruzeiro real, onde a inflação ficaria "sem conseguir atravessar". Funcionou, mas não escapou de críticas e ceticismo.

30 anos depois… A inflação ainda é vista como um risco a se considerar no Brasil. Desde então, nossa moeda desvalorizou 40%. Em parte porque a economia segue "indexada", com contratos de reajustes.

↳ Para o ex-ministro Bresser-Pereira, há uma herança negativa: os juros altos. Já os economistas Gustavo Franco e Helena Landau afirmam que faltaram reformas ao país.

Para aprofundar: série de reportagens e entrevistas da Folha mostra como o plano foi um divisor de águas para a economia brasileira.

Agenda verde em marcha lenta

Empresas de diversos setores estão mudando suas políticas ambientais e deixando as metas para redução de emissões menos rigorosas, em meio à mudança climática.

Por que importa: o Acordo de Paris, de 2015, propõe que as emissões globais de gases poluidores devem ser reduzidas em 43% até 2030. Isso manteria o aquecimento global em no máximo 1,5°C.

Levantamentos feitos por organizações sem fins lucrativos mostram que grandes empresas se comprometeram com uma redução de cerca de 30% até o prazo. Esse alvo, porém, vem sendo revisado para baixo e até abandonado.

Entenda: empresas anunciaram compromissos de redução de emissões por conta própria. Nos pós-pandemia, muitas aproveitaram a onda de responsabilidade socioambiental para estabelecer metas ousadas.

↳ A avaliação, porém, é de que elas não calcularam a viabilidade, e especialistas apontam que o discurso do pragmatismo agora ganhou força.

↳ Unilever, Bank of America e Shell são algumas das empresas que abandonaram metas nos últimos meses.

O movimento já havia sido registrado em março, quando um levantamento mostrou que mais de 200 empresas, entre elas JBS e Microsoft, não estavam cumprindo as metas que assumiram com a ONU em 2021, na COP26 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática).

Efeitos financeiros. Como resultado dessa mudança de tom, o mercado de títulos verdes enfraquece.

↳ Também conhecidos como "green bonds", eles costumam ter juros que acompanham indicadores ambientais e favorecem investimentos em empresas que assumam compromissos verdes.

↳ As emissões globais desse tipo de título caíram para US$ 9,2 bilhões nos primeiros três meses de 2024. Em 2021, foram US$100 bilhões, de acordo com o Barclays.

Mas… Apesar do recuo de algumas empresas, outras continuam avançando. Mais de dois terços das receitas anuais das maiores companhias do mundo estão alinhadas com a neutralidade de carbono, um aumento de 45% em dois anos.


Magalu + AliExpress

O Magalu anunciou uma parceria com a gigante AliExpress. Clientes poderão comprar produtos da marketplace brasileira dentro da plataforma chinesa e vice-versa.

Entenda: o Magalu venderá os produtos da linha "Choice" da varejista chinesa, considerada premium. São acessórios de informática, produtos de moda e para o lar. A AliExpress comercializará eletrodomésticos e bens de consumo duráveis da companhia brasileira.

Aproximação. O CEO do Magalu, Frederico Trajano, afirma que a aprovação recente da taxação de importados de até US$ 50 possibilitou a aproximação entre as companhias.

↳ Na Bolsa, as ações do Magalu subiram 12%.

Ex-rivais. Marketplaces estrangeiros já foram acusados por empresas brasileiras do varejo e da indústria de concorrência desleal. Relatório do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo, do qual o Magalu é associado, apontou que eles ofereciam produtos com risco à saúde.

Crise no varejo. A alta das taxas de juros no pós-pandemia e a concorrência de plataformas digitais estrangeiras são algumas das causas da crise por que passa o setor. Em 2023, Shein e Shopee faturaram mais de R$ 35 bilhões no Brasil. A força das estrangeiras faz o varejo a rever estratégias.
↳ Casas Bahia e Polishop pediram recuperação judicial recentemente.

↳ Na Bolsa, Magalu (-38%), Americanas (-81%), Casas Bahia (-47%), Renner (-25%) acumulam quedas em 2024.

Competição. Em 2023, quando a taxação era discutida em Brasília, Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho de Administração do Magalu, criticou a isenção de impostos: "Não tem jeito de competir", afirmou.

A taxa das ‘blusinhas’. Na nova parceria entre Magalu e AliExpress, a taxação de 20% sobre importados de até US$ 50 vai incidir sobre a linha "Choice" assim que entrar em vigor.

Sim, mas… O imposto aprovado no Congresso após idas e vindas ainda precisa da sanção do presidente Lula. Hoje as compras são taxadas pelo ICMS. Gastos acima de US$ 50 terão imposto de 60%.

↳ Há quem peça mais medidas para desestimular as importações, como a Confederação Nacional da Indústria.

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