Descrição de chapéu China

PIB abaixo do esperado pressiona reunião econômica na China

Crescimento do 2º trimestre foi de 4,7%, após 5,3% no 1º; Terceira Plenária do PC pode trazer mais estímulo ao consumo

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Pequim

Depois de uma expansão anualizada de 5,3% no primeiro trimestre, a economia chinesa cresceu 4,7% no segundo, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados pelo Escritório Nacional de Estatística do país.

Também nesta segunda-feira (15) foi aberta a chamada Terceira Plenária, reunião econômica do Partido Comunista, agora sob mais pressão para estimular o consumo e acelerar o crescimento. Ela termina na quinta.

A produção industrial continuou se ampliando em ritmo forte, de 5,3% no segundo trimestre, confirmando a aposta chinesa no aumento da oferta. Mas o ritmo de ampliação da demanda, refletido sobretudo nas vendas no varejo, diminuiu para 2%.

Trabalhadores numa fábrica de bicicletas para exportação em Hangzhou, na China, em 15 de julho de 2024, dia de abertura da principal reunião econômica do país - AFP

O escritório de estatística deixou claro que os órgãos chineses sabem dos desafios a serem enfrentados, interna e externamente.

"Devemos estar cientes de que o ambiente externo está interligado e complexo, a demanda interna efetiva continua sendo insuficiente e a base para recuperação e crescimento sólidos ainda precisa ser fortalecida", registra a tradução oferecida pelo órgão. "Na próxima etapa, devemos trabalhar mais para revigorar o mercado e estimular o ímpeto interno."

Na semana passada, o próprio primeiro-ministro Li Qiang, responsável pela economia, havia adiantado que "os fatores afetando o crescimento são mais complexos do que antes", exigindo novas medidas para "alcançar os objetivos para o ano". O principal objetivo, estabelecido no início de 2024, é crescer cerca de 5%.

Nesta segunda, em resposta à divulgação do PIB, o banco americano de investimentos Goldman Sachs reduziu sua projeção do crescimento chinês de 5% para 4,9% --ao mesmo tempo em que elevou a projeção do ano que vem de 4,2% para 4,3%.

A expectativa para o resultado do segundo trimestre, segundo levantamentos feitos junto a analistas pelo jornal The Wall Street Journal e pela agência Reuters, era de um crescimento anualizado de 5% e 5,1%, respectivamente.

Os números do PIB e a abertura da Terceira Plenária foram precedidos por semanas de discussão relativamente aberta entre economistas chineses, grande parte dela através da plataforma WeChat. Vários defenderam, como já vêm fazendo diversas instituições financeiras e os colegas ocidentais, estímulos ao consumo.

Segundo Michael Pettis, professor de finanças da Universidade de Pequim, hoje a maioria dos consultores econômicos dos líderes chineses já vêm recomendando medidas do lado da demanda.

As Bolsas de Valores chinesas fecharam o dia em alta, o que é creditado à expectativa agora de que a Terceira Plenária apresente ações mais concretas nessa direção.

O líder Xi Jinping parece ter se convencido, segundo Pettis, apesar de sua conhecida resistência à distribuição de recursos diretamente aos consumidores. O motivo para a mudança seria que, sem os estímulos à demanda, a meta de 5% de crescimento no ano está agora sob risco.

A agência Xinhua, voz mais autorizada para a posição de Pequim, republicou também nesta segunda um perfil sobre o Xi "reformista", comparando-o a Deng Xiaoping, maior referência da abertura econômica chinesa. O texto traz diversas revisões que indicam maior intervenção para reaquecer a economia.

Numa delas, afirma que a prioridade de Xi para reformas "dissipa as preocupações sobre se a economia chinesa está perdendo força".

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