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Pix tem menos fraudes do que cartão de crédito, diz Campos Neto

Presidente do BC diz que aumento nas fraudes ocorre porque número de transações com a ferramenta cresceu muito

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São Paulo

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, rebateu nesta quarta-feira (24) as críticas sobre aumento no número de fraudes com o Pix. Ele disse que, na comparação com diversos outros sistemas, o pagamento instantâneo brasileiro, desenvolvido pela autarquia, é bem mais seguro.

"Às vezes eu vejo uma narrativa nesse tema de segurança que é muito fora da realidade. Eu vejo, de vez em quando, os artigos escrevendo que o número de fraudes aumentou muito. Não, o número de fraudes aumentou muito porque muitas coisas passaram a ser feitas com o Pix. A conta que você tem que fazer não é em números absolutos", disse durante evento sobre blockchain no Rio de Janeiro.

Presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, durante reunião dos ministros das finanças do G20 em São Paulo
Presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, durante reunião dos ministros das finanças do G20 em São Paulo - Nelson Almeida - 28.fev.2024/AFP

Segundo Campos Neto, enquanto o Pix tem 7 fraudes a cada 100 mil operações, nos cartões de crédito a média é de 30 fraudes a cada 100 mil operações. Já o sistema da Inglaterra equivalente ao Pix tem uma média de 100 fraudes a cada 100 mil operações, segundo ele.

O presidente do BC mencionou estudos internacionais, como um realizado recentemente pelo Banco Mundial, que mostram que o Pix tem uma taxa de fraudes abaixo da média mundial.

"É óbvio que quando você passa a ter 224 milhões de operações por dia, as fraudes crescem. E a gente está tentando combater isso. Mas quando a gente faz a comparação, que é a comparação que deveria ser feita, o Brasil está bem melhor do que muitos outros sistemas", afirmou. "Eu acho que a gente precisa explicar, contar melhor a história", disse.

A declaração foi feita enquanto Campos Neto dizia que algumas funcionalidades do Pix, como o Pix Agendado e Pix Automático, tiveram atraso no cronograma devido à greve de funcionários do Banco Central e também por conta da necessidade de um cuidado maior com a segurança.

"Em algum momento a gente falou: 'não adianta a gente fazer novas funcionalidades se eu não tiver segurança nas funcionalidades que eu já tenho. Então, como começou a crescer muito mais o número de operações do que a gente imaginava, em um momento a gente fez um freio para focar um pouco mais na segurança", disse o presidente do BC.

Campos Neto deixou claro que só falaria sobre moedas digitais e pagamento instantâneo, e deixaria de fora análises sobre inflação e economia do Brasil. Os diretores do BC estão no chamado período de silêncio do Copom (Comitê de Política Monetária), o que ocorre antes e depois das reuniões do comitê.

O período se estende da quarta-feira da semana anterior àquela em que ocorre a reunião ordinária, na qual os diretores tomam a decisão sobre o patamar da taxa básica de juros, a Selic, até o momento da publicação da ata da reunião, que é divulgada em até quatro dias úteis, contados da data do término da reunião.

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