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Nike aposta em Paris, investidores cobram as 'big techs' e o que importa no mercado

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Victor Sena
São Paulo

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Nike aposta tudo em Paris

A Nike está gastando mais do que nunca em marketing nessas Olimpíadas. O objetivo é revigorar as vendas, que esfriaram nos últimos meses.

Uma das apostas é mostrar os supertênis em ação nas maratonas, assim como espalhar a marca por Paris e pelos uniformes.

↳ A Nike é a maior patrocinadora de atletas e times nestas Olimpíadas, seguida por Adidas, Puma, Asics e Hoka, segundo levantamento do banco Citi.

Tensão nos negócios. Vendas fracas levaram o valor de mercado da empresa americana a cair 31% neste ano, de US$ 161 bilhões (R$ 922 bilhões) para US$ 111 bilhões (R$ 635 bilhões).

As receitas da empresa cresceram pouco desde o ano anterior. Para 2025, há previsão de queda.

↳ A Nike está em meio a um plano de corte de gastos bilionário, incluindo demissões. Todas as economias foram destinadas para o marketing.

Gigante, mas não muito. Os números mais fracos podem ser explicados pelo crescimento de marcas menores, como On, Asics e New Balance. Agora a rivalidade vai além da alemã Adidas.

O apetite mais fraco do consumidor dos Estados Unidos também é um motivo. Ainda assim, a empresa é líder mundial.

O "share" do mercado de tênis esportivos.

1º Nike: 32%
2º Hoka: 13%
3º On: 12%
4º Adidas: 7%
5 º New Balance: 6%

(Dados do segundo trimestre. Fonte: YipitData)

Em todo lugar. Uma das principais exibições da marca em Paris é a estátua do astro do basquete LeBron James, em laranja neon. No Centre Pompidou, a Nike montou uma exposição sobre a história dos clássicos tênis Air Max.

Nos uniformes. Além de vestir todos os atletas dos Estados Unidos, a marca fornece kits para as equipes de atletismo do Canadá, China, Quênia, Alemanha e Uganda.

Também para as equipes de basquete da China, França, Japão e Espanha, e para os atletas de breaking da Coreia.

Sim, mas… Analistas afirmam que a empresa tem desafios para estimular as vendas e aproveitar de verdade a publicidade. Novos produtos ainda não chegaram nas lojas e só estarão disponíveis em 2025.

A Nike correu para lançar os tênis Pegasus Premium e Air Sesh, destinado ao breakdance, a tempo das Olimpíadas.

Nike Alphafly 3 Men's Road Racing Shoes. Credito Divulgaçao Nike DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM - Divulgaçao Nike/Divulgaçao Nike


Super tênis. A marca reforçou sua liderança mundial em 2017 quando lançou o primeiro tênis de corrida com placa de fibra de carbono, batizado de Vaporfly, mais leve e com impulso ao atleta. O número de corredores quebrando recordes nas maratonas logo subiu.

"Dona" do recorde. O melhor desempenho até hoje foi conquistado por Kelvin Kiptum na Maratona de Chicago de 2023. Ele usava o modelo mais recente Alphafly 3.

Kiptum, que faleceu em um acidente de carro, fez os 42 quilômetros em 2h00m35s quebrando o recorde masculino por 34 segundos.

↳ O Alphafly 3 custa R$ 2.374 no Brasil.

Disputa. Os concorrentes entraram na disputa dos "supertênis" e têm ganhado espaço. Na Maratona de Berlim de 2023, Tigist Assefa usou tênis Adidas e correu 42 quilômetros em 2h11m53, dois minutos a menos que o recorde feminino anterior.

Asics, New Balance, On, Puma, Saucony e Under Armour também desenvolveram modelos.

↳ Hellen Obiri, a corredora do Quênia e medalhista olímpica, usará o tênis da marca suíça On na prova de maratona das Olimpíadas.

Corrida olímpica. As competições de maratona das Olimpíadas de Paris serão nos dias 10 e 11 de agosto. Acompanhe aqui o calendário.

RAIO-X

Empresa: Nike
Fundação: 1964
Sede: Beaverton, Oregon, Estados Unidos
Receita anual: US$ 51,4 bilhões
Lucro anual: US$ 5,7 bilhões
Funcionários: 79 mil


O novo nome da moda (e da Bolsa)

Arezzo e Soma, duas gigantes do mercado brasileiro de moda, agora formam juntas a companhia Azzas 2154.

A fusão dos negócios foi concluída na última semana, com o encerramento das negociações das ações separadas na Bolsa.

↳ Agora, para investir, o código é AZZA3.

Conheça. O grupo Arezzo&Co é dono das marcas Anacapri, Arezzo, Reserva, entre outras. Já o grupo Soma, fundado no Rio de Janeiro, reúne Farm, Foxton, Animale, Fábula, Hering.

A ideia inicial de uma fusão entre os grupos foi há três anos.

↳ A Hering foi uma das últimas a ingressar no guarda-chuva da Soma, em 2021, e chegou a ser disputada pela Arezzo&Co.

Bilhões. Com tamanhos parecidos, Arezzo&Co e Soma têm juntas uma receita de R$ 12 bilhões como ponto de partida. Ganhos de sinergia devem impulsionar os números. Em vendas, as companhias preveem faturar mais R$ 4,5 bilhões.

↳ Um exemplo é a inclusão de calçados Arezzo em lojas da Farm. Analistas veem oportunidade também de redução de custos de R$ 200 milhões.

↳ São 34 marcas, 22 mil funcionários diretos, 2.000 lojas, das quais 1.500 franquias, e presença em 22 mil multimarcas.

M&As. A sociedade entre Arezzo&Co e Soma é uma dos poucas anunciadas recentemente no Brasil. O volume de fusões e aquisições, conhecidas também pela sigla em inglês M&A, costuma indicar perspectiva positivas para a economia.

Outra movimentação de fusão recente foi entre Dasa e Amil, no setor de saúde.

A chefia. Alexandre Birman, que comandava a Arezzo, assume a posição de CEO do Azzas. Roberto Jatahy, que era CEO do Soma, comandará a unidade de vestuário feminino.

↳ O controle da nova companhia é da Arezzo, com 54% do capital; os outros 46% são da Soma.


Big techs não convencem

Amazon, Microsoft e Alphabet, dona do Google, revelaram dados financeiros na última semana. As receitas e os lucros bilionários seguem em alta, mas alguns detalhes desagradaram investidores.

↳ As vendas da Amazon somaram US$ 147,89 bilhões em 12 meses, alta de 10%; as da Microsoft somaram US$ 245,1 bilhões, alta de 16%; as da Alphabet somaram US$ 145 bilhões, alta de 14%.

Nem tão bom assim. A grande expectativa era quanto ao retorno dos investimentos feitos na infraestrutura dos serviços fornecidos a desenvolvedores de inteligência artificial, como a OpenAI. Os números foram positivos, mas investidores esperavam mais. As ações das empresas caíram na Bolsa americana depois dos relatórios.

Entenda. Amazon, Microsoft e Google são as empresas mais bem posicionadas para ganhar dinheiro com a inteligência artificial.

Elas fornecem infraestrutura de nuvem para desenvolvedores construírem e hospedarem seus sistemas inteligentes.

↳ A Microsoft também ganha nesse mercado porque é a grande investidora por trás da OpenAI, criadora do ChatGPT. Ela também integrou a tecnologia ao Windows, com o assistente inteligente Copilot.

↳ O Google lucra nesse mercado direto com o serviço Gemini, principal concorrente do ChatGPT. A versão mais avançada, por exemplo, tem integração com Gmai, Google Drive e assinatura mensal de cerca de R$ 100.

Dúvidas. Apesar da receita geral em alta, as vendas da divisão de nuvem da Microsoft desaceleraram de um crescimento trimestral de 8% para 7%.

Na Amazon, a divisão AWS teve bom resultado no trimestre, mas o CEO Andy Jassy baixou a estimativa da receita anual. E, na Alphabet, investidores afirmam que faltaram detalhes sobre a lucratividade dos investimentos feitos.

↳ Só na Amazon, foram investidos em média US$ 15 bilhões (R$ 85,6 bilhões) por trimestre para expansão da divisão de nuvem e infraestrutura AWS.

↳ Na Alphabet, foram investidos US$ 13,2 bilhões (R$ 85,9 bilhões).

Sobrou para a NVIDIA. A reação aos custos altos também aconteceu em empresas de chips, que se beneficiam mais diretamente da inteligência artificial.

As ações da Nvidia, que dispararam recentemente, também caíram. Há quem fale em bolha da IA, e que as ações da empresa estariam supervalorizadas.


De olho na Bolsa

Tim, cujas ações subiram 8% na última semana

As ações da Tim começaram bem o mês de agosto: elas lideraram as altas da Bolsa no último pregão, com valorização de 8,13%, a R$ 17,68.

Vale acompanhar o movimento de hoje, logo mais, quando o mercado abrir.

O motivo. A companhia de telecomunicação teve um crescimento de clientes nos planos pós-pagos nos últimos meses, que migraram principalmente dos serviços pré-pagos. Reajustes nos preços também ajudaram.

↳ A receita subiu 7% na comparação anual do último trimestre, chegando a R$ 6,3 bilhões.

↳ A Tim tem 24% do mercado do Brasil, atrás da líder Vivo (39%) e da Claro (34%).

Repercussões por aí. O resultado foi bem visto por analistas de investimentos em ações de bancos internacionais.

O Bank Of America, por exemplo, citou que o bom momento envolve todo o setor, incluindo as concorrentes Vivo e a América Móvil, holding por trás da Claro. O banco recomenda compra da ação da Tim, com preço-alvo de R$ 22.

O Goldman Sachs também elogiou os números, mas é mais comedido, com recomendação neutra para os investidores. O alvo é de R$ 18.

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