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Startups brasileiras chegam à Europa, é hora do novo iPhone e o que importa no mercado

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Victor Sena
São Paulo

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Startups com um pé na Europa

As startups brasileiras Revex, Sizebay, Digna e Ecoa têm tamanhos e propostas distintas, mas compartilham um ponto importante: acabaram de chegar a Portugal.

O país funciona como porta de entrada na Europa para negócios vindos do Brasil e de outros países.

↳ Portugal conta com 2.700 startups em atividade segundo a rede Startup Portugal. Elas empregam diretamente 36 mil pessoas.

↳ Apenas no polo tecnológico da cidade de Aveiro, há 55 startups incubadas, das quais 15 são brasileiras.

Por que Portugal? Com uma economia pequena e dependente do turismo, o governo português visa incentivar a inovação e atrai empreendedores de todo o mundo para testar o mercado europeu a partir do país de apenas 10,4 milhões de habitantes.

Portugal está apenas em 15º lugar na lista dos maiores PIBs da Europa, mas cidades como Braga e Lisboa estão entre os 10 principais hubs de startups, de acordo com ranking do Financial Times.

↳ Desde 2019, é possível obter um "startup visa", um visto especial para quem deseja criar empresas tecnológicas no país. Além disso, Lisboa é sede do maior festival digital da Europa, o Web Summit.

O ecossistema. As cidades de Aveiro, Lisboa, Porto, Braga e Coimbra possuem centros de inovação, principalmente ligados a universidades. Na capital Lisboa, a Unicorn Factory se destaca como uma das entidades mais importantes do setor.

A organização atua como incubadora e aceleradora, abrigando atualmente cerca de 400 startups, sendo que metade delas é de empreendedores estrangeiros com foco na internacionalização.

↳ Ela está promovendo um concurso voltado para "scaleups" brasileiras, startups que já possuem um modelo de negócio ativo, mas buscam novos mercados.

↳ O prêmio total é de 30 mil euros (R$ 185 mil) e inclui um estande no Web Summit, além de mentoria para desenvolvimento e internacionalização.

Negócios em expansão. A Folha conversou com brasileiros que integram o ecossistema de startups em Portugal, e o idioma foi apontado como um dos principais facilitadores.

Entre eles está Dorirley Alves, fundador da Revex, empresa que oferece software para empresas que operam ininterruptamente, com escalas 24 por 7, como hospitais, portos e aeroportos.

Dorirley se mudou para Portugal — um movimento antes realizado principalmente por aposentados — para criar uma empresa gêmea da Revex do zero no país e conseguir os financiamentos destinados a iniciantes.

Mais exemplos. A Sizebay oferece uma tecnologia para o varejo digital oferecer uma experiência melhor na compra de roupas, a Digna visa popularizar reformas em residências com projetos de arquitetos para classes baixas e a Ecoa oferece soluções de marketing a empresas com investimento social.

Cenário brasileiro. Por aqui, o Sebrae estima que existem 14 mil startups em atuação, a maioria no sudeste. Entre os setores com mais força estão tecnologia da informação, educação e saúde.

↳ Contei mais sobre o perfil das empresas e dos empreendedores nesta edição da newsletter.


IPOs à vista? Ainda não

O mercado financeiro brasileiro estava otimista no início do ano com a chance de novas empresas estrearem na Bolsa de Valores.

Analistas previam uma taxa de juros mais baixa, o que tornaria o ambiente favorável para a abertura de capital e a emissão de ações.

↳ O processo é conhecido como oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês).

Sim, mas... as projeções de alta na inflação, as incertezas quanto às contas públicas e a força da atividade econômica mudaram o cenário. Em vez de mais cortes, os juros devem subir nos próximos meses.

Os juros, de novo. IPOs enfraquecem em momentos de juros altos, pois eles afetam diretamente o valor final que a empresa conseguirá captar.

O banco central americano e o Banco Central do Brasil se reúnem no próximo dia 17 para definir os juros por aqui e por lá.

↳ Quando essas reuniões coincidem, o dia é chamado de "Super Quarta".

↳ Uma nova alta da taxa Selic também desfaria parte dos cortes feitos desde o ano passado, que reduziram a taxa de 13,75% para 10,50%, melhorando o acesso ao crédito.

Na seca. Desde 2022, o Brasil não registra novos IPOs na Bolsa, reflexo direto do ciclo de alta de juros no pós-pandemia, como destaquei nesta edição. São três anos com investidores "na seca", sem oportunidades de investimento novo.

Um alento foi a oferta de uma parte das ações da Sabesp no processo de privatização da companhia, cujo controlador até agosto era o estado de São Paulo.

Apesar de não ser um IPO, a oferta teve grande interesse dos investidores e movimentou R$ 14,8 bilhões.

Só em 2025, e olhe lá. Especialistas ouvidos pela Folha não veem uma retomada dos IPOs até o final deste ano.

Para o próximo ano, o analista da consultoria Ernst & Young Rafael Santos afirma que está "esperançoso", mas não "otimista". Ele destaca que ainda não é possível prever até onde vai o ciclo de alta dos juros.

↳ Um sinal positivo apontado pela Ernst & Young é o aumento no número de empresas que buscam a consultoria para orientações sobre o processo de IPO.


A hora do novo iPhone

A Apple apresenta os novos iPhones 16 nesta segunda-feira (9) à tarde. O evento costuma ser aguardado com entusiasmo pelos fãs da marca, mas este ano também está na agenda de grandes investidores.

Entenda: a Apple é a empresa mais valiosa do mundo, uma posição que às vezes alterna com a Microsoft. Assim, o desempenho das ações da empresa tende a influenciar o restante do mercado americano, influenciando as expectativas para o setor de tecnologia.

Espera-se que o lançamento leve à substituição de versões mais antigas, devido às necessidades de processamento das novas funções de inteligência artificial.

↳ O evento será às 14h e poderá ser acompanhado nos canais oficiais da Apple.

Em espera. As ações da Apple começaram o ano em baixa, mas subiram significativamente entre maio e julho, após a empresa finalmente apresentar funções de inteligência artificial no novo sistema operacional. A competição com a rival Samsung continua.

A venda de US$ 76 bilhões (R$ 425 bilhões) em ações da Apple, realizada pelo bilionário Warren Buffett — metade de sua participação — acendeu um sinal de alerta: o preço das ações da empresa pode ter atingido seu máximo

↳ Nos últimos cinco anos, as ações da marca valorizaram 314%.

↳ Caso as novidades sejam bem recebidas, pode-se esperar uma nova série de altas.

O que esperar. O anúncio de hoje deve trazer quatro novos modelos: iPhones 16, 16 Plus, 16 Pro e 16 Pro Max. A principal inovação é o chip A18, que vai processar internamente as funções de inteligência artificial. Veja mais:

  • Novo botão dedicado para fotos.
  • Telas maiores nos modelos Pro e Pro Max. O iPhone Pro, por exemplo, passará dos atuais 6,1" para 6,3".
  • Novas cores serão lançadas, como o Titânio Gold para a linha Pro, que seguirá usando o novo material.

Funções de IA só em outubro. Os novos iPhones chegam às lojas em setembro, com o iOS 18. Mas as esperadas funções da Apple Intelligence só estarão disponíveis na versão 18.1 do sistema, prevista para o próximo mês.

Entre as grandes evoluções prometidas estão uma Siri mais inteligente, que poderá competir com a Alexa da Amazon, auxílio para redação de textos e notificações inteligentes baseadas nos hábitos do usuário.

Tem mais. Além dos novos iPhones, a Apple apresentará atualizações para seus smartwatches e AirPods.

Já os novos modelos de computadores — Mac Mini, MacBook Pro e iMacs, equipados com o chip M4 — serão revelados nos próximos meses.

↳ Na newsletter de amanhã, trarei a repercussão do evento no mercado de ações e, claro, entre os fãs da Apple.


De olho na Bolsa

Empresas do setor de petróleo, como Petrobras e 3R, que despencaram recentemente

As empresas do setor de petróleo no Brasil enfrentaram forte queda na Bolsa nos últimos dias, deixando dúvidas sobre a direção dos preços nesta segunda-feira.

↳ A Petrobras desvalorizou 4,62% na última semana, enquanto a 3R Petroleum registrou uma queda ainda mais acentuada de 17,6%.

Entenda: essas empresas são altamente dependentes da demanda por petróleo, e suas finanças estão diretamente ligadas ao preço exato do barril.

Quando ele cai, a tendência é que elas tenham lucros menores e reduzam a distribuição de dividendos aos investidores.

O que explica a queda. O preço do petróleo recuou bruscamente nos últimos dias devido às perspectivas de desaceleração da economia dos Estados Unidos, o que afetou diretamente o valor das ações.

A economia chinesa também apresenta sinais de fraqueza, com mudanças no perfil de consumo de energia em meio ao crescimento das vendas de carros elétricos.

O caso Petrobras. Recentemente, destaquei na newsletter que as ações da Petrobras receberam recomendações de compra do banco Morgan Stanley, devido à visão positiva sobre o futuro da empresa. No dia, as ações dispararam na Bolsa.

↳ No entanto, essas quedas no preço do petróleo podem levar a mudanças na visão de analistas.

↳ Um ponto a favor da Petrobras é que ela suporta melhor os preços em queda, pois tem capacidade de extrair petróleo por um custo baixo na região do pré-sal.

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