Nove anos depois, tribunal busca responsável por acidente com Concorde
O julgamento dos supostos envolvidos no acidente com um Concorde da Air France começa nesta terça-feira na França, nove anos depois do avião supersônico perto do Aeroporto Roissy-Charles de Gaulle, deixando 113 mortos.
No banco dos réus do Tribunal Correcional de Pontoise, nos arredores de Paris, estarão cinco pessoas e a companhia aérea Continental Airlines, proprietária de um avião que, minutos antes do acidente, perdeu uma lâmina de titânio na pista.
Joachim Bertrand-25jul.00/AP |
Foto da época mostra fumaça no local onde o Concorde da Air France caiu pouco após decolagem na França, matando 113 pessoas |
Os réus são acusados de homicídios involuntários em um julgamento previsto para durar quatro meses e que deve apontar quem é o culpado.
O Concorde decolou em 25 de julho de 2000 com destino a Nova York (EUA) com cem passageiros a bordo, a maioria deles alemães, e nove membros da tripulação.
Logo após a decolagem, foi constatado um incêndio em uma de suas asas e, minutos depois, o aparelho supersônico caiu sobre um hotel da cidade de Gonesse, vizinha ao aeroporto. Todos os ocupantes do avião morreram, além de quatro pessoas que estavam em terra.
Dezoito meses de investigações dirigidas pelo Escritório de Investigação e Análise francês (BEA) concluíram que o acidente ocorreu porque o avião atropelou durante a manobra de decolagem a lâmina metálica de 4,5 kg perdida minutos antes por um DC-10 da Continental Airlines.
Um dos pneus do Concorde explodiu e seus restos perfuraram um de seus depósitos, que pegou fogo.
O avião voou durante vários minutos com uma das asas em chamas, enquanto os pilotos tentavam uma aterrissagem de emergência no aeroporto vizinho de Le Bourget.
A linha de defesa adotada por todos os réus está em desvincular o acidente do atropelo da lâmina metálica. Os advogados da companhia aérea se sustentam nos testemunhos que asseguram ter visto chamas no avião um minuto antes de passar pela área onde estava a lâmina metálica perdida pelo DC-10.
Eles afirmam que a investigação --que resultou em 80 mil páginas de documentos-- não foi feita de forma completa e sustentam que o Concorde tinha uma falha.
Entre os acusadores, estarão as famílias de 24 das vítimas. A maioria preferiu aceitar as altas indenizações oferecidas pela Air France e, em menor medida, pela Continental Airlines.
Com Efe e Associated Press
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