Um homem abriu fogo contra pessoas em Macerata, na região central da Itália, ferindo pelo menos seis imigrantes africanos em um atentado que a polícia suspeita de ter sido motivado por preconceito racial e xenofobia.
O jornal Corriere della Sera informou que o ataque começou com disparos feitos de dentro de um carro contra dois jovens africanos, ferindo um deles. Os demais foram feridos na sequência, em duas ações parecidas.
O suspeito foi preso cerca de duas horas depois e identificado como Luca Traini, 28, italiano que concorreu em 2017 nas eleições administrativas ao conselho regional pelo partido Liga Norte, de extrema direita.
Segundo o ministro do Interior, Marco Minniti, Traini tinha ligações com grupos neonazistas e neofascistas além da filiação partidária. Ele diz que o extremista atuou sozinho e planejou o ataque com antecedência.
Nas fotos divulgadas à imprensa do autor após ser preso é possível ver em sua cabeça raspada um símbolo tatuado. Espécie de Z ao contrário com um traço, o desenho chama-se Wolfsangel e foi usado por algumas divisões da SS.
O prefeito de Macerata, Romano Carancini, disse que um dos imigrantes está na UTI. O alcaide chegou a pedir à população que permanecesse em casa antes que o autor dos disparos fosse capturado pela polícia.
O site do jornal Corriere della Sera informou que um homem disparou da janela de um carro em dois jovens imigrantes africanos, ferindo um deles. Pouco tempo depois, outro imigrante e uma mulher africana foram baleados.
O premiê italiano Paolo Gentiloni condenou os ataques dizendo que ódio e violência não conseguirão nos dividir.
Em fala neste sábado, ele disse que um coisa é certa, esses crime horrendos serão julgados e punidos. A Itália será severa contra os que pensam em alimentar essa espiral de violência, acrescentou.
O ataque a tiros ocorreu poucos dias depois de o corpo de uma italiana de 18 anos ter sido descoberto esquartejado e escondido em duas malas na mesma cidade. Um nigeriano foi preso sob suspeita de ligação com o crime.
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