O ex-presidente catalão Carles Puigdemont disse neste sábado (7) que permanecerá em Berlim enquanto um tribunal alemão considera a possibilidade de extraditá-lo para a Espanha sob a acusação de uso indevido de fundos públicos, mas ele espera retornar para a Bélgica.
Um tribunal alemão decidiu na quinta-feira (5) deixar Puigdemont em liberdade enquanto estuda o pedido para extraditá-lo a Madri. A fiança foi estipulada em um valor equivalente a R$ 300 mil.
Contrariando expectativa da Espanha, o tribunal decidiu não considerar o crime de rebelião, previsto pela lei espanhola, como equivalente ao de alta traição, existente no código alemão.
A Alemanha vai estudar a extradição com base na acusação espanhola de uso irregular de fundos públicos --crime semelhante ao de corrupção, na legislação alemã.
"Meu desejo é retornar à Bélgica. Mas somente depois do fim do processo aqui na Alemanha, não antes", disse ele a repórteres em Berlim.
"Meu plano é permanecer, claro, em Berlim. É a minha residência agora até o final deste processo".
Por exigência da Justiça alemã, Puigdemont precisa se apresentar às autoridades uma vez por semana e não pode deixar a Alemanha sem autorização expressa dos procuradores.
Puigdemont, que fugiu da Espanha há cinco meses para a Bélgica depois que a declaração de independência de sua administração da Espanha levou Madri a assumir o controle direto do governo regional, foi preso no mês passado por um mandado emitido pela Espanha quando ele entrou na Alemanha.
O governo espanhol disse que respeitaria a decisão do tribunal alemão. Mas a Suprema Corte da Espanha disse nesta sexta-feira (6) que está considerando a possibilidade de consultar a Corte Europeia de Justiça, sem dar maiores detalhes.
A Suprema Corte da Espanha reativou mandados de prisão internacionais no mês passado para Puigdemont e quatro outros políticos catalães que entraram no exílio autoimposto no ano passado.
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