Uribe renuncia ao Senado colombiano após investigação por suborno e fraude

Ex-presidente diz sentir-se moralmente impedido de continuar no cargo

O senador e ex-presidente colombiano Álvaro Uribe durante cerimônia de posse no Congresso, em Bogotá - Juan Pablo Pino - 20.jul.18/Reuters
AFP

O ex-presidente colombiano Álvaro Uribe renunciou nesta terça-feira (24) a seu mandato no Senado após se tornar alvo de uma  investigação penal por suposto suborno e fraude processual. 

"A Suprema Corte ma chama para questionamentos; não me ouviram previamente, mas me sinto moralmente impedido para ser senador", anunciou Uribe nas redes sociais. "Enviarei minha carta de renúncia para que minha defesa não interfira com as tarefas do Senado." 

O ex-mandatário (2002-2010), que tomou posse na semana passada após obter a votação mais alta nas eleições legislativas de março, caiu na mira da Justiça em razão de um caso que remota a 2012

Líder do partido Centro Democrático, que elegeu seu afilhado político Iván Duque presidente em junho, Uribe mandou uma mensagem ao Congresso formalizando sua renúncia nesta tarde.

"Me sinto moralmente impedido para atuar como senador e, ao mesmo tempo, exercer minha defesa", escreveu.

O senador Álvaro Hernán Prada Artunduaga, do mesmo partido, também foi citado na investigação.

Neste ano, Uribe apresentou uma denúncia contra o legislador de oposição Iván Cepeda diante da Suprema Corte por um suposto complô, com falsas testemunhas, para tentar envolvê-lo em atividades criminais dos grupos ilegais de direita que combateram por décadas as guerrilhas de esquerda.

A Justiça não apenas se absteve de processar Cepeda, mas pediu uma investigação contra Uribe pela mesma suspeita: manipular testemunhas contra o opositor. 

No comunicado, a corte informou que Uribe será chamado para questionamentos. 

"A Suprema Corte de Justiça obteve provas que a conduziram a abrir uma investigação formal contra o ex-governante por delitos de suborno e fraude processual", afirmou. 

A corte explicou ainda que, com a renúncia, e se os crimes investigados não estiverem vinculados à sua função como senador, o caso passa a ser da alçada da Promotoria, segundo o jornal colombiano El Tiempo.

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