Descrição de chapéu Venezuela

Gasolina será vendida a preços internacionais na Venezuela, diz Maduro

Ditador anuncia subsídio condicionado a documento que controla programas sociais do regime

Três carros fazem fila para entrar na bomba de um posto de gasolina.
Motoristas fazem fila para comprar gasolina em um posto de Caracas; Maduro anunciou que combustível seguirá preços internacionais - Federico Parra - 30.jul.18/AFP
Caracas | Reuters

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta segunda-feira (13) que a gasolina no país será vendida a preços do mercado internacional e que a subsidiará para portadores de um documento dos programas sociais.

A decisão é tomada duas semanas depois de o líder anunciar a mudança na política de preços depois de 15 anos de controle que deixou os combustíveis com preços irrisórios e contribuiu para a crise na petroleira estatal PDVSA.

“A gasolina precisa ser vendida a preço internacional para parar o contrabando para a Colômbia e o Caribe”, disse o mandatário sobre o reajuste, estimando a perda anual no desvio em US$ 18 bilhões (R$ 70,2 bilhões).

O regime, porém, implantará um subsídio que só será oferecido a quem tenha a Carteira da Pátria, que controla o acesso a alimentos com preços subsidiados, remédios, hospitais e escolas públicas e a benefícios sociais.

Há denúncias de que o documento foi usado para controlar os votantes nas últimas eleições e do impedimento do acesso aos serviços estatais, o que faz a oposição compará-lo com a caderneta de racionamento de Cuba.

Segundo Maduro, o subsídio funcionará por dois anos. “Espero que no máximo em dois anos já tenhamos resolvido a deformação que foi criada nos últimos anos, quando praticamente demos a gasolina venezuelana de presente.”

Também só receberá os subsídios quem participar de um censo do parque automotor, que se encerra na sexta (17). Não foi divulgado o novo valor nem de quanto será o subsídio, assim como a data em que entrará em vigor.

Hoje a Venezuela vende a 1 bolívar o litro da gasolina comum e a 6 bolívares o da aditivada, enquanto uma xícara de café custa 2,2 milhões de bolívares e o dólar vale 4,2 milhões de bolívares no mercado paralelo.

Estima-se que o aumento deva chegar ao menos 10.000%, já que o regime cortará na próxima segunda (20) cinco zeros do bolívar. O ditador decretou feriado bancário a partir de sexta para preparar a chegada da nova moeda.

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