Macron indica amigo para posto diplomático nos EUA e é criticado

Philippe Besson, que escreveu livro elogiando presidente francês, será cônsul-geral em Los Angeles

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Paris | Reuters

O presidente francês, Emmanuel Macron, está sendo criticado no país depois de um amigo seu ter sido indicado para posto diplomático nos EUA, apenas semanas depois que tais vagas passaram a ser liberadas para pessoal não diplomático. 

A indicação do escritor Philippe Besson como cônsul-geral em Los Angeles foi alvo de ainda mais críticas pelo fato de ele ter escrito um livro elogiando Macron durante as eleições de 2017, além de ele não ter nenhuma experiência como diplomata. 

O escritor francês Philippe Besson, em Paris - Joel Saget - 30.mai.17/AFP

Nesta quinta-feira (30), durante visita à Finlândia, Macron rejeitou as acusações.

"Não houve favoritismo", disse o presidente. "Quero e vou continuar a abrir todas as posições de responsabilidade dentro do serviço público, especialmente as de alto escalão, para pessoas de talento e mérito vindas de outros horizontes."

Besson, 51, escreveu cerca de 20 livros de ficção, alguns dos quais foram adaptados para o teatro e o cinema. Ele foi um dos convidados por Macron para celebrar o sucesso do então candidato no primeiro turno eleitoral.

Até agora, o preenchimento das vagas para postos diplomáticos franceses era feito com base em um processo no ministério aberto para milhares de diplomatas na França e no exterior.

Mas um decreto emitido no início de agosto modificou as regras de indicação para posições mais altas, incluindo 20 postos de cônsul-geral, que são muito disputadas por diplomatas de carreira.

Pelas novas regras, essas posições agora podem ser preenchidas pelo governo e oferecidas para pessoas de fora do funcionalismo público. 

Membros da carreira questionaram a decisão.

"É melhor cantar elogios ao presidente do que ter sido formado pela ENA ou falar línguas. Velho Mundo?", criticou Michel Duclos, ex-embaixador francês na Síria, referindo-se à escola de administração elite da França. 

Na terça, o premiê Edouard Philippe anunciou que o Ministério das Relações Exteriores francês teria de cortar 10% de sua folha de pagamentos até 2022, o que representaria uma economia de 100 milhões de euros (R$ 480,5 milhões).

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