Ativista do Pussy Riot é internado em Moscou com suspeita de envenenamento

Pyotr Verzilov foi um dos que invadiram campo durante final na Copa do Mundo na Rússia, em julho

Pyotr Verzilov (esq.), ativista do Pussy Riot, é levado para audiência judicial em Moscou - Vasily Maximov - 31.jul.18/AFP
Moscou | Reuters

O ativista russo Pyotr Verzilov, membro do grupo anti-Kremlin Pussy Riot, foi hospitalizado em estado grave em Moscou, com suspeita de ter sido envenenado.

Verzilov, 30, foi um dos ativistas que invadiram o campo na final da Copa do Mundo em julho, em Moscou, junto com outras três mulheres. Ele é editor do Mediazone, um site de notícias com foco em denúncias de violações de direitos humanos no país. 

O site de notícias Meduza disse ainda que ele está internado na UTI do setor de toxicologia de um hospital no distrito moscovita de Sokolniki.

O ativista russo Pyotr Verzilov durante invasão de jogo da final da Copa do Mundo, em Moscou - Christian Hartmann - 15.jul.18/Reuters

"Nosso amigo, irmão e camarada Petr Verzilov está em reanimação. Sua vida está em perigo. Pensamos que ele foi envenenado", disse o Pussy  Riot nas redes sociais nesta quinta-feira (13). Não houve confirmação oficial do diagnóstico.

Já o editor-chefe do Mediazona, Sergei Smirnov, expressou cautela, confirmando a internação de Verzilov mas dizendo que o diagnóstico ainda é incerto. 

Verzilov é também cidadão do Canadá. O premiê Justin Trudeau se disse preocupado e que funcionários do consulado haviam entrado em contato com o hospital.

"É preocupante, obviamente, particularmente levando em conta dos meses recentes pelos russos no Reino Unido. Mas é muito cedo para tirar alguma conclusão sobre o que aconteceu", afirmou. 

O premiê se refere ao envenenamento do ex-espião russo, Serguei Skripal, e sua filha, Iulia, em Salisbury, na Inglaterra, uma ação que o governo britânico atribui ao Kremlin.

O site Meduza citou a ativista Veronika Nikulshina, que disse que ele foi hospitalizado na terça-feira (11) após perder em sequência a visão, a fala e a capacidade de andar. 

A mulher dele, Nadezhda Tolokonnikova, também do grupo, foi sentenciada a dois anos de prisão em 2012 por uma perfomance em uma catedral em Moscou. 

"Pyotr pode ter sido envenenado", ela tuitou. 

O ato durante a Copa foi em protesto contra a falta de liberdade de expressão na Rússia, disse o comunicado do grupo na época. Pedia ainda a libertação de presos como o cineasta Oleg Sentsov, que está em greve de fome e o fim de "casos judiciais fabricados" contra opositores do governo.

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