O ativista russo Pyotr Verzilov, membro do grupo anti-Kremlin Pussy Riot, foi hospitalizado em estado grave em Moscou, com suspeita de ter sido envenenado.
Verzilov, 30, foi um dos ativistas que invadiram o campo na final da Copa do Mundo em julho, em Moscou, junto com outras três mulheres. Ele é editor do Mediazone, um site de notícias com foco em denúncias de violações de direitos humanos no país.
O site de notícias Meduza disse ainda que ele está internado na UTI do setor de toxicologia de um hospital no distrito moscovita de Sokolniki.
"Nosso amigo, irmão e camarada Petr Verzilov está em reanimação. Sua vida está em perigo. Pensamos que ele foi envenenado", disse o Pussy Riot nas redes sociais nesta quinta-feira (13). Não houve confirmação oficial do diagnóstico.
Já o editor-chefe do Mediazona, Sergei Smirnov, expressou cautela, confirmando a internação de Verzilov mas dizendo que o diagnóstico ainda é incerto.
Verzilov é também cidadão do Canadá. O premiê Justin Trudeau se disse preocupado e que funcionários do consulado haviam entrado em contato com o hospital.
"É preocupante, obviamente, particularmente levando em conta dos meses recentes pelos russos no Reino Unido. Mas é muito cedo para tirar alguma conclusão sobre o que aconteceu", afirmou.
O premiê se refere ao envenenamento do ex-espião russo, Serguei Skripal, e sua filha, Iulia, em Salisbury, na Inglaterra, uma ação que o governo britânico atribui ao Kremlin.
O site Meduza citou a ativista Veronika Nikulshina, que disse que ele foi hospitalizado na terça-feira (11) após perder em sequência a visão, a fala e a capacidade de andar.
A mulher dele, Nadezhda Tolokonnikova, também do grupo, foi sentenciada a dois anos de prisão em 2012 por uma perfomance em uma catedral em Moscou.
"Pyotr pode ter sido envenenado", ela tuitou.
O ato durante a Copa foi em protesto contra a falta de liberdade de expressão na Rússia, disse o comunicado do grupo na época. Pedia ainda a libertação de presos como o cineasta Oleg Sentsov, que está em greve de fome e o fim de "casos judiciais fabricados" contra opositores do governo.
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