Descrição de chapéu Coreia do Norte

Presidente sul-coreano é recebido em Pyongyang por Kim Jong-un

Moon Jae-in é 1º líder a visitar Coreia do Norte em 12 anos; este é o 3º encontro entre os dois desde abril

Kim Jong-un e Moon Jae-in se encontram em Pyongyang, na Coreia do Norte
Kim Jong-un e Moon Jae-in se encontram em Pyongyang, na Coreia do Norte - Reuters
 
Pyongyang e Seul | Reuters e Associated Press

Sorridente, o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, abraçou o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, em sua chegada nesta terça-feira (18) a Pyongyang, capital norte-coreana, para a terceira cúpula entre os dois.

Esta é a primeira vez que um mandatário sul-coreano viaja a Pyongyang em 12 anos —as duas primeiras reuniões, em abril e em maio, foram na zona desmilitarizada. O último havia sido Roh Moo-hyun, recebido por Kim Jong-il.

Moon foi recebido por volta das 10h30 (22h30 de segunda em Brasília) no aeroporto internacional de Pyongyang. Ele e sua mulher, Kim Jung-sook, foram cumprimentados por Kim e sua mulher, Ri Sol-ju. 

Na sequência, assistiram a uma performance de norte-coreanos segurando buquês de flores e da guarda de honra presidencial. Algumas das pessoas carregavam bandeiras norte-coreanas e a bandeira unificada das Coreias.

O norte-coreano agradeceu a ajuda do sul-coreano nas negociações que possibilitaram a reunião entre Kim e o presidente americano Donald Trump em junho em Singapura. 

Kim disse a Moon que espera avanços nas conversas sobre desnuclearização com os Estados Unidos. 

"Foi graças ao esforços de Moon que conseguimos realizar o histórico encontro entre Coreia do Norte e EUA. E por causa disso a situação política na região está estabilizada e esperamos novos progressos", afirmou o ditador. 

Desde o encontro entre os dois na Singapura, Kim tem elogiado repetidamente Trump, tanto publicamente quanto por canais privados, afirma o Financial Times.

Esse “cortejo” parece ter funcionado, com os dois líderes planejando um segundo encontro, apesar de ter havido pouco progresso nas ações de desnuclearização até agora.

O cancelamento por Trump, no fim de agosto, da visita a Pyongyang do secretário de Estado americano, Mile Pompeo, jogou um banho de água fria no processo. 

Porém, as relações foram preservadas depois que Kim enviou uma mensagem proclamando sua “fé inabalável” no presidente americano.

Washington quer mais ações concretas da Coreia do Norte nesse sentido.

A Coreia do Sul espera que a visita desta semana estabeleça as bases para um segundo encontro entre Kim e Trump. O presidente dos EUA pediu a Moon que seja o “negociador chefe” entre ele e o ditador norte-coreano após o cancelamento da viagem de Pompeo.

O desafio para Moon é convencer os dois lados da necessidade de fazer grandes concessões para evitar o tom cáustico de negociações anteriores entre os países.

“Esta cúpula será muito significativa se vier acompanhada de uma retomada das negociações entre a Coreia do Norte e os EUA. É muito importante que nos encontremos com frequência e estamos chegando a uma fase na qual podemos nos encontrar quando quisermos”, disse o sul-coreano antes de sair de Seul.

Outro objetivo da viagem é o avanço na desnuclearização da própria península e a consolidação de um tratado de paz que dê fim oficialmente à Guerra da Coreia —os países só assinaram um armistício em 1953.

Um porta-voz da presidência sul-coreana, porém, descartou que a reunião termine com algum grande anúncio sobre a questão nuclear.

Na viagem, Moon também busca uma maior integração econômica entre as duas Coreias. Fazem parte da delegação de 150 pessoas que o acompanham diretores de grandes empresas sul-coreanas, além de atletas e celebridades do país.

O avião que levava Moon fez uma rota indireta pela costa oeste da península antes de chegar à capital da Coreia do Norte, cerca de 1 hora e 20 minutos depois. A distância em linha reta entre Pyongyang e Seul é de cerca de 300 km.

A previsão é que a visita seja encerrada na próxima quinta-feira (20).

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