Após impasse, Espanha diz que votará a favor de proposta de 'brexit'

Madri afirma ter chegado a acordo com Londres sobre Gibraltar, o que vinha ameaçando negociação com a União Europeia

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O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, em pronunciamento sobre a questão de Gibraltar - AFP
Reuters e Associated Press

O primeiro-ministro da Espanha, o socialista Pedro Sánchez, disse neste sábado (24) que chegou a um acordo com o Reino Unido a respeito da questão do território de Gibraltar. Com isso, seu governo votará a favor do plano do "brexit" (saída britânica da União Europeia) a ser apresentado pela primeira-ministra, Theresa May, num encontro de chefes de governo do bloco previsto para este domingo (25) em Bruxelas.

Segundo o premiê espanhol, o entendimento "senta as bases por escrito de uma nova forma de abordar a relação com Gibraltar em nível europeu".

Sánchez ameaçava rejeitar a proposta da separação britânica caso não se resolvesse o impasse sobre Gibraltar, cedido ao Reino Unido em 1713 mas ainda reivindicado por Madri. Agora, o governo espanhol afirma que obteve dos britânicos a garantia de que será consultado sobre qualquer decisão a respeito do território quando o "brexit" se concretizar, a partir de 29 de março do ano que vem.

Se não houvesse um acerto entre os dois países, um possível veto da Espanha poderia paralisar o processo de separação britânica da UE, uma vez que o plano de retirada deve ter o consentimento de todos os países-membros do bloco.

A insatisfação de Madri se devia a uma cláusula da proposta de "brexit" vinda do gabinete de May segundo a qual Gibraltar, pequena extensão de terra com 30 mil habitantes no extremo sul da Espanha, se beneficiaria de todos os acordos comerciais a serem firmados com a Europa após a separação.

O texto não fazia menção à necessidade de consultar separadamente a Espanha sobre essas tratativas —o que agora, pelo que sinalizou Sánchez, passará a ocorrer de forma bilateral. 

Apesar do avanço nas negociações e de uma possível aprovação dos integrantes da UE na reunião de Bruxelas, May ainda vê muitos desafios internos para dar prosseguimento ao "brexit".

O vice-líder do partido Unionista Democrático, da Irlanda do Norte, que ajudou a primeira-ministra a garantir maioria parlamentar, disse neste sábado que os termos do texto a ser proposto para Bruxelas deixam o Reino Unido em uma posição "lastimável e patética". A sigla ameaça retirar seu apoio ao governo, o que dificultaria a votação do "brexit" no Parlamento britânico.

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