O jornalista alemão Billy Six está há 40 dias na prisão na Venezuela acusado de espionagem e rebelião por supostamente fotografar o presidente Nicolás Maduro, denunciou uma ONG nesta sexta-feira (28).
Six, 32, foi denunciado a uma Corte Marcial sem direito a falar com advogado ou receber visita, informou a ONG Espacio Público, que defende a liberdade de expressão.
Ele foi detido no dia 17 de novembro, na península de Paraguaná, estado de Falcón (oeste), por supostamente fotografar Maduro de "muito perto", segundo a organização.
Após se declarar em greve de fome no dia 13 de dezembro, o jornalista finalmente pôde telefonar para o consulado de seu país, disse à AFP Marysabel Rodríguez, coordenadora do Espacio Público, acrescentando que "não lhe permitiram visitas de qualquer tipo".
"A visita consular não ocorreu", afirmou Rodríguez.
Ao se declarar em greve de fome, o jornalista publicou uma carta na qual revela que foi submetido a exames médicos no final de outubro porque teve dengue e denunciou a proibição de contactar um advogado.
"Negar-me este direito viola a Constituição da Venezuela e os padrões internacionais de direitos humanos".
Rodríguez informou que Six "tem tosse, aparentemente devido à umidade" de sua cela no Serviço de Inteligência (Sebin) em Caracas.
A embaixada alemã informou à ONG que Six suspendeu a greve de fome um dia após iniciá-la.
De acordo com a ONG, há cinco meses Six publicou uma reportagem sobre a emigração venezuelana, e no momento investigava no país atividades de narcotráfico, contrabando, tráfico de pessoas e êxodo para o Caribe.
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