Descrição de chapéu RFI

Pesquisa aponta despovoamento de Paris

Valor alto de aluguel e crescente uso de plataformas como Airbnb explicam tendência

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RFI

Pesquisa divulgada na França pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Estudos Econômicos (Insee) nesta sexta-feira (28) aponta que, ao contrário do que acontece com as principais capitais em todo o mundo, Paris está sendo despovoada.

A pesquisa faz uma radiografia da evolução populacional da França e mostra que, considerando todos os territórios franceses, inclusive os ultramarinos, a França tem hoje 66,362 milhões de habitantes, com um crescimento populacional de 0,4% registrado entre 2011 e 2016.

"Mas essa progressão, que contabiliza os recém-nascidos e as novas chegadas, não está garantida para todos os territórios", salienta o jornal Libération.

É o caso de Paris, que conta hoje com 2,2 milhões pessoas e vê seu crescimento demográfico baixar. "Tanto a capital, como a região em torno dela passaram de uma progressão de 0,5% por ano entre 2006 e 2011 para 0,4% entre 2011 e 2016", destaca o Libération.

Em números, isso significa a perda de cerca de 12 mil habitantes por ano.

Segundo o diário, o alto preço dos imóveis desencoraja as pessoas a permanecerem ou a virem morar na capital.

Mas o jornal La Croix tem outra explicação: a diminuição de residências disponíveis na capital, sobretudo com a popularização da plataforma Airbnb.

"Uma parte dos imóveis que era ocupada como moradia está sendo alugada por curtos períodos", destaca o jornal.

Em números, isso representa uma perda de 17 mil imóveis entre 2012 e 2015, segundo o Insee.

Por outro lado, outras grandes cidades francesas registram crescimento populacional, como Nantes, Bordeaux, Toulouse, Rennes, Montpellier e Lyon, ressalta o jornal Les Echos.

Já as regiões mais rurais registram diminuição de sua população, um déficit que, segundo o jornal, tende a se agravar com o passar dos anos. Nas regiões da Borgonha, centro-leste, e Lorraine, nordeste, a perda de população é superior a 0,7%.

Segundo o Les Echos, essa divisão entre os grandes centros e as regiões mais rurais mostra uma França dividida não apenas demograficamente, mas também economicamente. Uma separação entre elites e mais pobres que está no centro da reivindicação do movimento dos "coletes amarelos", ressalta o diário.

Para o Les Echos, a pesquisa mostra a forma como os grandes centros urbanos atraem cada vez mais e dinanizam a economia francesa.

"Será o fim do crescimento das periferias e do interior?", questiona o jornal La Croix. O diário também destaca o baixo crescimento demográfico nas cidades periféricas e regiões rurais, que perdem cada vez mais atratividade. Já o jornal Libération lembra que a diminuição populacional pode ter graves consequências financeiras para o país.

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