Em Davos, Bolsonaro defenderá reformas, combate à corrupção e democracia

Presidente tentará amenizar imagem de extremista ao discursar para chefes de Estado internacionais

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Brasília

Em sua estreia no exterior como presidente da República, Jair Bolsonaro defenderá uma agenda de reformas estruturante, valores democráticos e combate à corrupção.

Bolsonaro desembarca em Davos na próxima segunda-feira (21), onde participará do Fórum Econômico Mundial, que reúne anualmente a elite política e econômica nos Alpes Suíços.

Ele discursa às 15h (12h no horário) de terça (22) durante 45 minutos, segundo o Fórum. 

O edifício onde será o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça
O edifício onde será o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça - Arnd Wiegmann/Reuters

O presidente viaja à Suíça com a expectativa de vender a empresários e políticos um Brasil que se abrirá para o mercado global e oferecerá segurança jurídica aos que quiserem investir em território nacional. 

Após ganhar notoriedade internacional por pregar um discurso contra minorias e contra seus opositores durante a campanha, Bolsonaro tentará amenizar a imagem de extremista e falará sobre democracia e Estado de Direito para chefes de Estado e de governo do mundo todo. 

Seu fiador no discurso de moralidade, segurança e defesa da democracia será o ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro, hoje ministro da Justiça e da Segurança Pública.

Na área econômica, Bolsonaro tentará apresentar uma cartilha liberal para os CEOs das principais empresas mundiais, como Apple, Microsoft, Coca-Cola e Google. 

O ministro Paulo Guedes (Economia) deve endossar o discurso do presidente de criar uma agenda de reformas profundas, a começar pela Previdência, e de modernização do Estado, por meio de privatizações e cortes nos gastos públicos. 

Bolsonaro deve ainda tratar de questões regionais, como a Venezuela de Nicolás Maduro. Segundo assessores do Planalto, o presidente prepara um discurso duro contrário à situação política e econômica do país vizinho. 

Na última semana, suas considerações sobre o ditador venezuelano foram ofuscadas pelo discurso do presidente argentino Maurício Macri, que disse, em visita ao Brasil, que Maduro se vale de eleições fictícias para se perpetuar no poder.

O discurso presidencial está ainda em fase final de elaboração e sendo escrito com o auxílio do assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Filipe Martins, e de técnicos da economia e do Itamaraty.

Ainda não se sabe que tom Bolsonaro vai adotar em relação ao Mercosul, que vem tentando fechar um acordo comercial com a União Europeia.

O bloco latino-americano foi alvo de críticas de seus aliados durante a campanha. Ainda é suspense se o presidente vai dar preferência, em sua gestão, a relações bilaterais em detrimento do multilateralismo, como já defendeu o chanceler Ernesto Araújo.

Em Davos, Bolsonaro participará de encontros com chefes de Estado e de governo e com CEOs de empresas. 

O presidente terá ainda um almoço de trabalho chamado "O futuro do Brasil" para apresentar a situação política e econômica nos próximos anos. 

Na quarta (23), ele participa de um evento que terá como centro de discussões a crise humanitária na Venezuela e, na sequência, de um jantar com lideranças latino-americanas.

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