Após uma semana de adiamento, Nigéria vota para presidente

Disparo de foguetes no nordeste do país deixa um morto

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Abuja (Nigéria) | AFP e Reuters

Após uma semana de adiamento, a Nigéria, maior produtor de petróleo da África e dono da maior população do continente, vota neste sábado (23) para eleições presidenciais e legislativas, com uma disputa acirrada entre o presidente Muhammadu Buhari e seu principal opositor, Atiku Abubakar.

Os 120 mil locais de votação deveriam iniciar os trabalhos às 8h (4h em Brasília), mas em vários pontos o material não estava pronto ou havia problemas técnicos. Com isso, o início da votação atrasou ao menos duas horas em 68% dos pontos. Assim, o fechamento das urnas foi postergado. 

Mulher vota em Port Harcourt, no sul da Nigéria - Yasuyoshi Chiba/AFP

 Os votos, registrados em papel, foram organizados na noite de sábado para serem enviados à capital Abuja no domingo. O resultado final deve ser anunciado na segunda (25) ou na terça (26).

Mais de 72 milhões de nigerianos estavam registrados para votar entre 73 candidatos a governar o país. Os eleitores também renovarão as 360 cadeiras da Câmara dos Deputados e as 109 do Senado. Buhari, 76, foi um dos primeiros a votar em Daura, sua cidade natal. 

“Até aqui tudo bem. Em breve vou comemorar a vitória. Serei o vencedor”, declarou.

Seu principal rival, Abubakar, 72, votou em Yola, em seu estado natal de Adamawa (nordeste).

O ex-general Buhari, do Congresso dos Progressistas (APC), que já havia governado o país em 1983, durante o período da ditadura militar, conserva um grande apoio na região norte do país, apesar do polêmico balanço econômico de sua gestão.

Abubakar, do Partido Popular Democrático (PDP), principal movimento de oposição, também nasceu na região norte do país e é muçulmano como o atual presidente.

O empresário milionário, alvo de suspeitas sobre a origem de sua fortuna, é o candidato das classes média e alta, mas estas tradicionalmente comparecem em pequeno número às urnas.

As eleições deveriam ter sido realizadas no dia 16 de fevereiro, mas a Comissão anunciou o adiamento poucas horas antes do início da votação por motivos logísticos.

Pouco antes da abertura das zonas eleitorais neste sábado vários foguetes foram lançados contra a cidade de Maiduguri, nordeste do país, um ataque que deixou um morto e 20 feridos.

Maiduguri é cenário frequente de ataques do movimento islamita Boko Haram, que anunciou o objetivo de perturbar a votação.

Para vencer a eleição, um candidato precisa, além da maioria dos votos, obter pelo menos 25% de preferência dos eleitores em dois terços dos 36 estados e da capital, Abuja. Se isto não acontecer, haverá um segundo turno.

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