Irã promete fracasso de 'planos diabólicos' inimigos no 40º aniversário da revolução

Presidente do país criticou EUA e Israel durante celebração em Teerã

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O presidente do Irã, Hassan Rouhani, discursa em Teerã - Ahmad Halabisaz/Xinhua
Teerã | AFP

O Irã prometeu nesta segunda-feira (11) o fracasso dos "planos diabólicos de seus inimigos", sobretudo Estados Unidos e Israel, pelos 40 anos da vitória da Revolução Islâmica, celebrada maciçamente em todo o país.

Na praça Azadi ("Liberdade") de Teerã, o presidente Hassan Rouhani fez um discurso sob uma incessante chuva, que no árido país é considerada uma bênção, diante de uma enorme multidão.

"A presença do povo nas ruas de toda a República Islâmica do Irã (...) significa que o inimigo não alcançará nunca os seus objetivos diabólicos", disse Rouhani à multidão, depois de denunciar um "complô" dos Estados Unidos, dos "sionistas" e dos Estados "reacionários" do Oriente Médio contra o Irã.

O comparecimento aumentou de hora em hora durante toda a manhã. Multidões de todas as idades se reuniam apesar da chuva diante dos pontos das diferentes instituições estatais ou semi-governamentais, onde era oferecido chá.

O 22 bahman do calendário iraniano, feriado, comemora a derrubada do regime do xá Reza Pahlevi há 40 anos, dez dias depois do triunfal retorno do exílio do aiatolá Ruhollah Khomeini, fundador da República Islâmica do Irã.

Mulheres usando xador, crianças com balões, homens de roupas escuras, basijs (milícias islâmicas) uniformizadas e clérigos com turbantes desfilavam pela praça, sobrevoada por um helicóptero.

Duas réplicas de mísseis balísticos, de fabricação local, eram exibidas em uma rua. Não muito longe também era possível ver réplicas de mísseis de cruzeiro. 

Cartazes com imagens do supremo líder do Irã, Ali Khamenei, e do patrono da Revolução Islâmica, Ruhollah Khomeini - Atta Kenare/AFP

A multidão agitava bandeiras com as cores nacionais —verde, branco e vermelho—, que também adornavam a torre Azadi, monumento emblemático de Teerã inaugurado em 1971 por ocasião dos festejos dos 2.500 anos do nascimento do império persa.

"Morte aos Estados Unidos, "Abaixo a Inglaterra", "Morte a Israel", "Pisoteamos os Estados Unidos", "40 anos de desafios", "40 anos de derrotas para os Estados Unidos", "Israel não viverá mais de 25 anos", podia-se ler.

A televisão estatal transmitia imagens da multidão reunida em Teerã e em várias cidades iranianas, e advertiu sobre a desinformação "de alguns meios de comunicação estrangeiros hostis".

O marco dos 40 anos —sinônimo de maturidade— é simbólico no mundo muçulmano: é a idade que, segundo a tradição, Maomé recebeu a revelação divina e começou a transmitir o Alcorão.

Para o Irã, este aniversário ocorre em um período de dificuldades econômicas e tensões renovadas com os Estados Unidos.

Os benefícios comerciais e financeiros esperados com o acordo sobre o programa nuclear assinado em 2015 com as grandes potências não se concretizaram, e o país sofre pelo restabelecimento das sanções americanas subsequentes a sua retirada do acordo, em 2018.

Segundo o FMI (Fundo Monetário Internacional), a economia iraniana entrou em recessão em 2018 e o PIB do país cairá 3,6% em 2019.

A retirada dos Estados Unidos do acordo e a política abertamente hostil do presidente Donald Trump alimentaram o aumento das tensões com Washington.

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