Índia começa a maior eleição do mundo com alta participação e poucos incidentes

Houve protestos na região da Caxemira e uma morte durante uma briga no sul do país

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Funcionário checa lista em local de votação em Alipurduar - Rupak de Chowdhuri/Reuters
Nova Déli | AFP e Reuters

Milhões de indianos foram às urnas nesta quinta-feira (11) e deram início à maior eleição já realizada na história

Neste primeiro dia, foram chamados a votar 140 milhões de pessoas, em 20 estados. O processo foi livre, justo e pacífico, segundo a comissão eleitoral. A votação é organizada por 11 milhões de funcionários, usa milhões de urnas eletrônicas e conta com 2.000 partidos políticos na disputa.

As primeiras seções eleitorais abriram às 7h na hora local (22h30 Brasília de quarta) em Assam (nordeste). Por volta das 15h, a três horas do fechamento das urnas, mais da metade dos eleitores havia comparecido, segundo a comissão eleitoral. Em algumas regiões, o percentual de comparecimento passou de 80%. O voto não é obrigatório no país. 

No estado de Andhra Pradesh, no sul, uma briga entre apoiadores de dois partidos locais deixou ao menos um morto e quatro feridos. 

Houve algumas falhas nas urnas eletrônicas, e queixas de opositores de que forças de segurança forçaram eleitores a votar pelo partido governista, BJP. Na região da Caxemira, separatistas convocaram uma greve em protesto contra a eleição. Houve bloqueios nas estradas e lojas e escolas fecharam.

Cerca de 900 milhões de indianos estão registrados para votar e definir o novo governo desta nação de 1,3 bilhão de habitantes. A eleição terá ao todo sete fases. As regiões votarão por turnos até 19 de maio, e os resultados devem ser anunciados em 23 de maio. Serão eleitos 543 deputados para a Lok Sabha, a câmara baixa do Parlamento indiano, que escolherá o próximo chefe do Executivo.

A votação decidirá se o atual premiê Narendra Modi, que comanda o país desde 2014, terá um segundo mandato. Segundo uma média que considera quatro pesquisas eleitorais, o BJP, partido de Modi, deve conquistar 273 assentos no parlamento, menos do que os 330 que obteve há cinco anos. 

Modi está onipresente na vida diária dos indianos, em programas de rádio, cartazes nas ruas e cobertura incessante na imprensa.

Há pouco tempo ninguém parecia ter condições de deter os nacionalistas hindus. Seu partido vencia quase todas as grandes eleições regionais, votações estratégicas no sistema federal. No entanto, várias derrotas do BJP em eleições em estados vitais do norte do país no fim de 2018 renovaram a esperança do Partido do Congresso, liderado por Rahul Gandhi.

Rahul, filho, neto e bisneto de primeiros-ministros indianos, encarna a chegada de uma nova geração da célebre dinastia política dos Nehru-Gandhi. O herdeiro de 48 anos, que um dia comparou o poder a "um veneno", tem a missão de rejuvenescer e levar ao poder um partido antigo.

​Modi é muito popular por sua origem humilde e pela postura de líder forte, imagem que cultiva com a atitude belicosa em relação ao vizinho Paquistão, mas a economia tem sido seu ponto fraco.

A economia sofreu com o fracasso da desvalorização da moeda em 2016. Apesar de uma taxa de crescimento invejável, de 6,7% em 2017-2018, o índice é considerado insuficiente dado o potencial e as necessidades do país.

A Índia não consegue gerar empregos suficientes para o milhão de jovens que chegam a cada mês no mercado de trabalho. Nas zonas rurais, o mal-estar dos agricultores é grande.

Neste contexto, os analistas duvidam de que Modi consiga, como aconteceu em 2014, a maioria absoluta com o BJP, o que abriria a porta para o complexo jogo de coalizões governamentais.

 
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