O papa Francisco presidiu na sexta-feira (19) a cerimônia da Via-Crúcis no Coliseu, em Roma, acompanhado por uma religiosa militante que leu texto dedicado às “escravas modernas”, entre elas, as prostitutas.
A Via-Crúcis revive a tradição cristã do Calvário de Jesus Cristo, desde sua condenação à morte até sua crucificação, morte e seu sepultamento.
Neste ano, o papa escolheu para as meditações da Sexta-Feira Santa a religiosa italiana Eugenia Bonetti, 80, que atua na assistência às vítimas de escravidão.
No texto, Bonetti falou sobre os “novos crucificados da História”; em primeiro lugar, as escravas sexuais, “utilizadas mas condenadas por uma sociedade que rejeita ver esse tipo de exploração”.
A religiosa enumerou os destinos de jovens mulheres, como a de “uma menor de idade, encontrada ontem [quinta-feira] em Roma, que homens em carros luxuosos se revezavam explorando”. “Sem dúvida, poderia ter a idade de sua filha”, afirmou.
A cerimônia teve a participação de 200 mil fiéis.
Em uma curta oração final, o papa Francisco pediu que não sejam ignoradas “todas as cruzes do mundo”, como “a dos imigrantes que encontram as portas fechadas pelo medo, e o coração blindado pelos cálculos políticos”.
Também fez alusão a uma sociedade em vias de secularização, em que os religiosos se sentem “rejeitados, ofendidos e humilhados”, e fiéis “marginalizados e rejeitados por seus próximos”.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.