A família dos seis turistas brasileiros mortos devido a um vazamento de gás em Santiago, no Chile, criou uma campanha de arrecadação para trazer os corpos das vítimas ao Brasil, na manhã desta quinta-feira (23).
Os seis turistas morreram nesta quarta-feira (22) em Santiago, no Chile, por inalação de gás —não se sabe ainda onde ocorreu o vazamento, mas os bombeiros encontraram alta concentração de monóxido de carbono no local. O grupo estava de férias e havia alugado um apartamento no centro da cidade por meio do serviço Airbnb.
No início da tarde, a Airbnb disse que custeará o traslado dos corpos até o Brasil.
A campanha pede R$ 100 mil. Até 14h, havia arrecadado cerca de R$ 7 mil. "Precisamos de toda ajuda, pois a família não tem condições financeiras para trazer os corpos e fazer o velório", diz o texto da campanha, divulgada por Noemi Nascimento, prima das vítimas, que mora em Palhoça (SC).
O Airbnb possui um seguro para proteger danos aos imóveis e indenizar os proprietários se ocorrerem problemas. Em situações de acidentes com turistas, as situações são avaliadas caso a caso, segundo a assessoria de imprensa da empresa. “Estamos profundamente consternados com este trágico incidente. Nós nos solidarizamos com os familiares e estamos em contato para prestar todo apoio necessário aos familiares neste momento difícil", disse o aplicativo, em nota.
A lei não obriga as autoridades brasileiras a custear o traslado de corpos de brasileiros mortos no exterior, segundo o Itamaraty.
Os turistas estavam a passeio no país havia cerca de uma semana. Seus nomes eram Fabiano de Souza, 41, e Débora Muniz Nascimento de Souza, 38, e os filhos Karoliny Nascimento de Souza, que faria 15 anos nesta semana, e Felipe Aílton Nascimento de Souza, 13. Eles moravam em Biguaçu (SC).
O outro casal era formado pelo catarinense Jonathas Nascimento Kruger, 30, irmão de Débora, e a esposa dele, Adriane Kruger, 27, natural de Goiânia.
De acordo com o Itamaraty, a família dos brasileiros recebeu telefonemas na tarde de quarta, em que seus parentes falavam coisas desconexas e sem sentido. Alarmados, entraram em contato com a polícia brasileira. Um delegado de Florianópolis, por sua vez, acionou o consulado brasileiro no Chile, que enviou um representante ao apartamento.
O diplomata chegou ao local acompanhado de agentes da polícia, que tiveram que forçar a entrada no imóvel depois que ninguém respondeu à campainha.
"Constatamos que havia seis pessoas mortas, quatro adultos e dois menores de idade, e que provavelmente suas mortes foram causadas por um vazamento de gás", disse o comandante Rodrigo Soto à imprensa local.
O governo de Santa Catarina informou, por nota, que acompanha a investigação das circunstâncias das mortes, pelas autoridades chilenas, e que atua para facilitar os trâmites de liberação dos corpos.
A prefeitura de Biguaçu, onde quatro das vítimas moravam, decretou luto oficial por três dias na cidade e disse estar em contato com as autoridades federais e estaduais para tratar do traslado dos corpos e organizar um velório coletivo.
Ao saber do acidente, a família lidava com outra dor: a morte da mãe de um dos turistas, ocorrida pouco antes da tragédia em Santiago.
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