Os governos de Espanha e França ofereceram, neste domingo (18), porto seguro ao barco humanitário Open Arms depois que a Itália negou a entrada da embarcação e dos mais de cem imigrantes a bordo no porto de Lampedusa, ilha no mar Mediterrâneo.
No entanto, a porta-voz da organização reafirmou o estado de emergência vivido no barco, que impossibilita prolongar a viagem até as docas espanholas.
A embarcação está há duas semanas negociando com o governo italiano a entrada dos imigrantes no país.
O ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, contrário à entrada de refugiados no país, aceitou no sábado (17), sob pressão, o desembarque de 27 imigrantes menores de idade. Mas as condições na embarcação são precárias, e há 105 adultos e ao menos duas crianças ainda a bordo.
"Precisamos desembarcar agora. É impensável navegar por mais seis dias, tempo que levaria para que chegássemos a Algeciras [na Espanha]", reforçou a porta-voz da ONG.
Madri tomou a decisão de oferecer ajuda à organização pelos relatos da situação crítica no Open Arms.
"Os portos espanhóis não são os mais seguros para a Open Arms, mas até agora a Espanha é o único país disposto a acolhê-los."
O governo espanhol está desde quarta-feira (14) trabalhando na questão com outros países da União Europeia para encontrar uma "solução comum e ordenada" para o impasse, e afirmou estar disposto a "participar de uma distribuição equilibrada dos migrantes alojados no navio".
A França, após a Open Arms afirmar que não pode aceitar a oferta espanhola, se dispôs a acolher 40 dos cem imigrantes, que estão há mais de 15 dias em alto-mar.
A ONG ainda não respondeu à oferta francesa. Em sua conta no Twitter, estão sendo divulgados vídeos, imagens e relatos da situação a bordo. De acordo com eles, todos os passageiros estão esgotados física e psicologicamente e, entre outras ocorrências, houve uma tentativa de suicídio e agressões físicas.
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