A tempestade tropical Humberto se aproxima neste sábado (14) do norte das Bahamas, onde milhares de residentes lutam para voltar à normalidade depois que o furacão Dorian os deixou sem casa.
O Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC) informou que, por volta da meia-noite (horário de Brasília) de sexta para sábado, Humberto estava a leste da ilha Ábaco, se deslocando lentamente para noroeste.
As autoridades emitiram um alerta de tempestade para toda zona noroeste das Bahamas, incluindo a ilha Nova Providência, onde fica a capital Nassau, assim como para as ilhas Ábaco e Gran Bahama, arrasadas pelo furacão Dorian.
O NHC prevê que Humberto se converterá em furacão "em dois ou três dias". A tormenta seguirá em direção norte durante o final de semana e na próxima semana passará ao largo da costa leste da Flórida, nos Estados Unidos.
Nas Bahamas são esperados ventos de até 100 km/h, e fortes chuvas podem provocar inundações nas ilhas, cujos solos já estão encharcados de água, disse Trevor Basden, diretor do Departamento de Meteorologia.
Carl Smith, porta-voz da Agência Nacional de Gestão de Emergências das Bahamas (Nema), indicou que a tempestade pode afetar os esforços de ajuda e recuperação em Grand Bahama e Ábaco.
"O temporal desacelerará a logística", advertiu em uma conferência de imprensa em Nassau, a capital das Bahamas. "O combustível e a água continuam sendo as maiores necessidades nas Ábaco", acrescentou.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, escreveu no Twitter que foi a Bahamas para expressar sua "solidariedade com o povo" e as "maneiras pelas quais podemos continuar a apoiá-lo"
Guterres disse que, em algumas áreas, 75% dos edifícios foram destruídos pelo furacão Dorian.
"Os hospitais estão em ruínas ou sobrecarregados", afirmou. "As escolas se tornaram escombros. Milhares de pessoas ainda precisarão de ajuda com comida, água e abrigo".
O líder da ONU disse que o furacão demonstrou a necessidade de lidar com as mudanças climáticas.
"Em nossa nova era de crise climática, furacões e tempestades estão cada vez mais fortes", acrescentou. Essas tempestades "ocorrem com grande intensidade e frequência —como resultado direto do aumento da temperatura dos oceanos".
"A ciência está dizendo: isso é apenas o começo", completou. "Sem uma ação urgente, a mudança climática só vai piorar. Toda semana há notícias de devastação relacionadas ao clima".
Hervé Verhoosel, porta-voz do Programa Mundial de Alimentos da ONU, disse que os voos para Marsh Harbour, a maior cidade das ilhas Ábaco, foram suspensos devido à tempestade.
Smith indicou que os residentes das ilhas deveriam buscar refúgio e disse que 1.300 pessoas continuam desaparecidas após a passagem de Dorian, o mesmo número que comunicou na quinta-feira (12).
O porta-voz da Nema informou também que 71 pessoas estão alojadas em abrigos na ilha de Grand Bahama e 2.037 em abrigos em Nueva Providencia, onde fica Nassau.
"Não estamos recebendo mais grandes quantidades de evacuados das Ábaco e de Grand Bahama", detalhou, e anunciou que o aeroporto internacional de Grand Bahama em Freeport foi reaberto para um tráfego comercial limitado.
O número oficial de mortos como consequência de Dorian, um furacão devastador de categoria 5, é de 52, mas as autoridades reconhecem que esperam que a cifra aumente significativamente.
O ex-primeiro-ministro Hubert Ingraham disse nesta semana temer que a cifra final de vítimas mortais seja de centenas de pessoas.
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