Candidatos republicanos em Kentucky e na Virginia sofreram derrotas que se tornaram embaraçosas para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a um ano do pleito em que tentará a reeleição.

Na segunda-feira (4), ironizando o alvoroço dos meios de comunicação, o presidente pediu a seus eleitores que comparecessem às urnas no conservador Kentucky, estado em que Trump superou a rival democrata Hillary Clinton por 30 pontos em 2016. Seu discurso tinha palavras quase premonitórias.

"Se perdermos, isto enviaria uma mensagem muito ruim (...) Não podem deixar que isto aconteça comigo", afirmou a 20 mil seguidores no estado conservador.

Um dia depois, o candidato democrata Andy Beshear venceu, superando o atual governo republicano de Matt Bevin. 

A diferença de votos foi pequena, e Bevin não admitiu a derrota, apesar das declarações das autoridades eleitorais.

O presidente reagiu no Twitter e escreveu que Bevin "ganhou pelo menos 15 pontos nos últimos dias. Mas pode não ser suficiente (e a mídia falsa vai culpar Trump)".

O democrata foi impulsionado por uma grande mobilização nas áreas mais ricas das grandes cidades, uma dinâmica que pode ser crucial para as eleições presidenciais de novembro de 2020.

Os democratas também retomaram o controle —pela primeira vez em 25 anos— das duas câmaras da Assembleia da Virgínia.

"Eu espero que todos na Virgínia votem para enviar uma mensagem a Washington", tuitou Trump, que considerava essa eleição um símbolo da defesa do direito de portar armas, da redução de impostos e da luta contra a imigração irregular.

Como a Virgínia tem um governador democrata, agora o partido domina os principais níveis de poder no estado.

O presidente do partido, Tom Perez, disse que a vitória nessas eleições “deve provocar um frio na espinha de Donald Trump e todos os republicanos". "Como vencemos nesta noite, venceremos Trump em um ano", completou.

Mas os republicanos também tiveram uma vitória. No Mississippi, Tate Reeves se reelegeu governador, superando o democrata centrista Jim Hood, de posições anti-aborto e favorável a armas de fogo.

Trump mantém assim o apoio neste estado conservador, onde venceu com uma vantagem de 18 pontos em 2016.

Em um país dividido, as eleições regionais eram muito aguardadas e consideradas um teste sobre a popularidade de Trump, o quarto presidente da história americana ameaçado por um processo de impeachment.