Cinco pessoas são esfaqueadas em ataque a casa de rabino nos EUA

Grupo se reunia para a comemoração do Hanukah; ataques antissemitas crescem no país

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Nova York | Reuters

​Cinco pessoas foram esfaqueadas na noite deste sábado (28), na casa de um rabino hassídico no estado de Nova York, de acordo com testemunhas e autoridades locais. 

Todas as cinco vítimas foram levadas para hospitais, segundo uma organização judaica local, acrescentando que duas estão em estado crítico —​uma delas foi esfaqueada pelo menos seis vezes.

Casa de rabino onde ocorreu ataque
Casa de rabino onde ocorreu ataque - Eduardo Munoz/Reuters

O departamento de polícia informou que o suspeito fugiu do local, mas foi preso no Harlem, bairro da cidade de Nova York que fica a cerca de 40 quilômetros de Monsey, subúrbio onde o crime ocorreu.

O suspeito, identificado como Grafton Thomas,37, de Greenwood Lake, Nova York, foi indiciado por cinco acusações de tentativa de assassinato, sob fiança de US$ 5 milhões (cerca de R$ 20 milhões).   

O ataque aconteceu por volta das 22h do horário local (00h de Brasília), durante uma celebração do Hanukkah, quando dezenas de pessoas estavam na casa do rabino, identificado como Chaim Rottenberg pelo jornal The New York Times. Uma das vítimas é o filho do rabino. 

"Eu rezei por minha vida", contou Aron Kohn, 65, que afirmou à publicação estar na residência quando o episódio ocorreu. Segundo ele, um homem com o rosto coberto começou a atacar as pessoas logo que entrou na casa com uma faca "do tamanho de uma vassoura". "Não tivemos tempo de reagir", afirmou.

A testemunha disse ainda que, depois de ter visto o ataque, tentou entrar em uma sinagoga ao lado —a  Congregação Netzach Yisroel, liderada pelo rabino Rottenberg— mas que as portas estavam trancadas.   

O governador de Nova York, Andrew Cuomo, visitou o local e se encontrou com pessoas que estiveram presentes durante o ataque.

"Isso é terrorismo, é terrorismo doméstico", disse a repórteres, acrescentando que gostaria que Nova York se tornasse o primeiro estado americano a ter uma lei sobre terrorismo doméstico. 

O presidente dos EUA, Donald Trump, também se manifestou. "Nós devemos nos unir para lutar, confrontar, e erradicar o flagelo do antissemitismo", disse, em sua conta do Twitter. 

Cerca de um terço da população do condado é judia, incluindo um grande enclave de judeus ortodoxos que vivem em comunidades isoladas.

O atentado ocorreu após dias de crescente tensões motivadas por ataques antissemitas. Segundo a Liga Anti-Difamação, organização judaica, este é o décimo episódio antissemita na região de Nova York e Nova Jersey na última semana. 

O número inclui o caso de um homem de 65 anos, que recebeu socos e pontapés enquanto ouvia gritos antissemitas em Manhattan e o ataque a outro homem no Brooklyn.

​No mês passado, um homem em Monsey foi esfaqueado do lado de fora de uma sinagoga. 

Além disso, no começo de dezembro, seis pessoas foram mortas em um tiroteio em um supermercado kosher na cidade vizinha a Nova York, Jersey City, que fica no estado Nova Jersey. 

Em outro ataque no início do ano, um atirador matou uma rabina e feriu três pessoas durante os cultos do sábado na Congregação Chabad em Poway, perto de San Diego, no último dia da Páscoa em abril de 2019.

Seis meses antes, um atirador matou onze fiéis na sinagoga da Árvore da Vida, em Pittsburgh.

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