EUA e Irã trocam prisioneiros em caso raro de cooperação

Pesquisador americano e professor do Irã foram libertados na Suíça

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Dubai | Reuters

Os Estados Unidos e o Irã realizaram troca de prisioneiros neste sábado (7), em caso raro de cooperação entre os dois países. O pesquisador sino-americano Xiyue Wang e o professor iraniano Massoud Soleimani foram libertados em Zurique. 

Wang, que é doutorando na Universidade de Princeton, estava no Irã estudando quando foi detido, em 2016, e acusado de espionagem pelo governo.

O pesquisador foi condenado a dez anos de prisão, dos quais cumpriu três. 

Já Soleimani, especialista em células-tronco, foi detido no aeroporto de Chicago, em outubro de 2018, por suposta tentativa de exportar materiais biológicos, o que viola as restrições que os EUA impuseram ao programa nuclear iraniano.

O sino-americano, vestido com um moletom cinza, abraça o embaixador americano enquanto segura uma bandeira dos Estados Unidos enrolada. Atrás deles, um  avião oficial em que se lê "Estados Unidos da América", em inglês.
Xiyue Wang chega a Suíça após sua libertação e é recebido pelo embaixador americano - Departmento de Estado dos EUA/AFP

Em nota divulgada pela Casa Branca, Donald Trump não mencionou a libertação de Soleimani, mas agradeceu ao governo suíço, pivô nas negociações, pela ajuda no caso de Wang.

O presidente também afirmou que a liberdade de prisioneiros norte-americanos no exterior é uma prioridade para sua gestão. 

O chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, recebeu Soleimani em Zurique e deve acompanhá-lo de volta ao Irã nas próximas horas. 

Em suas redes sociais, Zarif também agradeceu ao governo suíço. O chanceler publicou uma foto com Soleimani e celebrou que o professor iraniano e Wang se reuniriam com suas famílias ainda hoje. 

A negociação pela troca de prisioneiros foi mediada pelo governo suíço, que representa os interesses de Washington no Irã desde 1979, quando os países suspenderam as relações diplomáticas, após a Revolução Iraniana. 

Embora as relações entre Washington e Teerã sejam historicamente tensas, estão mais degradadas desde 2018, quando Donald Trump se retirou unilateralmente do acordo nuclear firmado em 2015 e, em seguida, impôs sanções econômicas ao país persa.

O governo norte-americano diz que a libertação de Wang pode ser um sinal de progresso e pede que o Irã abandone a prática da "diplomacia com reféns" se quiser integrar novamente a comunidade internacional.

Washington exigiu que o Irã liberte todos os estadunidenses detidos no país, como Michael R. White, veterano da Marinha americana detido no ano passado, e Robert Levinson, agente do FBI que está desaparecido desde 2007.

De acordo com a agência de notícias iraniana, a IRNA, Wang foi libertado com base na "piedade islâmica". 

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.