O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu na Casa Branca o líder da oposição venezuelana Juan Guaidó.
Um ano depois de o presidente da Assembleia Nacional se declarar presidente interino, a estratégia de Washington de apoiá-lo ainda gera dúvidas.
A reunião carregada de simbolismos aconteceu às 14h15 (16h15 em Brasília), quando Guaidó foi recebido por Trump na porta da Casa Branca, escoltado por uma guarda de honra.
"A visita é uma oportunidade para reafirmar o compromisso dos Estados Unidos com o povo da Venezuela e discutir como trabalhar com o presidente Guaidó para acelerar uma transição democrática", afirmou a Casa Branca em comunicado.
Na noite de terça-feira (4), o oposicionista participou como convidado de Trump do discurso anual sobre o Estado da União no Capitólio. Em sua fala, Trump o apresentou como "o presidente verdadeiro e legítimo" da Venezuela e prometeu "esmagar" a tirania do governo de Nicolás Maduro.
O presidente dos EUA descreveu Guaidó, um engenheiro de 36 anos que se tornou político, como "um homem muito corajoso que carrega consigo as esperanças, sonhos e aspirações de todos os venezuelanos".
Guaidó foi aplaudido de pé por republicanos e democratas, numa época em que o clima político em Washington é marcado por divisão.
Para o venezuelano, o convite é um incentivo que encerra sua viagem ao exterior, iniciada há duas semanas com uma reunião com o chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo.
Ele também foi a Davos, na Suíça, onde participou do Fórum Econômico Mundial, e à França, onde foi recebido pelo presidente Emmanuel Macron. Depois, visitou o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, e neste fim de semana realizou uma manifestação com venezuelanos que moram em Miami.
"Continuaremos a trabalhar com nossos parceiros na região para enfrentar a ditadura ilegítima na Venezuela", afirmou Guaidó na Casa Branca.
O convite da viagem aos Estados também gerou críticas de parlamentares americanos que desejam que o apoio se traduza em benefícios migratórios para os venezuelanos.
"Um convite é fácil. Garantir a proteção do TPS para quem foge da Venezuela exige que Trump desafie sua base xenofóbica", disse a deputada democrata Debbie Wasserman Schultz numa rede social, referindo-se ao Estatuto de Proteção Temporária (TPS), uma previsão legal que protege cidadãos de alguns países de deportação pelas autoridades americanas.
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