Um tribunal da Nova Zelândia condenou nesta quinta-feira (27, quarta à noite no Brasil) o autor do massacre de Christchurch a prisão perpétua sem direito a liberdade condicional —esta foi a primeira vez que a Justiça do país aplicou a pena.
Brenton Tarrant, 29, matou 51 muçulmanos, incluindo crianças e idosos, em ataques a duas mesquitas durante as preces da sexta-feira, um dia especial de oração para os seguidores do Islã, em 15 de março do ano passado. Ele se declarou culpado das 51 acusações de homicídio, 40 acusações de tentativa de homicídio e uma acusação de cometer um ato terrorista.
O massacre foi transmitido ao vivo na internet durante 17 minutos pelo atirador, que divulgou pouco antes do atentado um manifesto pelo Twitter no qual assumiu a autoria da ação e elencou líderes racistas e nacionalistas como seus heróis.
O juiz Cameron Mander disse que uma pena com duração determinada não seria suficiente.
"Seus crimes são tão perversos que, mesmo se você ficar preso até morrer, isso não esgotará os requisitos de punição e denúncia", disse Mander ao proferir a sentença.
"Até onde posso discernir, você está vazio de qualquer empatia por suas vítimas."
Durante o julgamento, os promotores afirmaram que Tarrant queria instilar medo naqueles que descreveu como invasores e que planejou cuidadosamente os ataques para causar o máximo de destruição.
O australiano, que fez sua própria defesa durante o julgamento, disse por meio de um advogado que não se opôs ao pedido da promotoria de que fosse condenado à prisão perpétua sem direito à liberdade condicional.
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