A moção que pode levar o presidente peruano, Martín Vizcarra, ao impeachment perdeu força neste domingo (13), depois de líderes da oposição divergirem por temerem que o processo mergulhe o país em uma crise política.
César Acuña, à frente do segundo maior partido no Congresso e um provável candidato na eleição presidencial de 2021, disse que o processo poderia agravar a situação do país, já frágil devido ao impacto da crise do coronavírus.
Os votos do partido de Acuña, Aliança para o Progresso, foram fundamentais para iniciar no Congresso o trâmite que pode culminar no impeachment do presidente.
Neste sábado (12), o ministro da defesa do Peru, Jorge Chávez Cresta, acusou o presidente do Congresso, Manuel Merino, de interferir na situação ao tentar fazer duas ligações para o chefe das Forças Armadas, César Astudillo, logo antes de a moção contra o presidente ser apresentada.
Astudillo teria respondido que estava em um local sem boa conexão e que não poderia falar. Logo depois, informou o ocorrido ao Executivo.
O texto de moção de vacância contra o presidente Martín Vizcarra foi apresentado ao Congresso na quinta-feira (10) pelo congressista Edgar Alarcón.
Ele levou a público três áudios que serviriam como evidência de que um amigo de Vizcarra, o cantor e compositor Ricardo Cisneros, foi favorecido por contratos públicos com o Ministério da Cultura no valor de US$ 50 mil (cerca de R$ 266 mil).
A votação no Congresso foi aprovada por 65 votos na sexta —dos quais 21 vieram do partido de Acuña, Aliança para o Progresso.
O próximo passo está marcado para 18 de setembro, quando vão ocorrer a defesa do mandatário e a votação que decide sobre seu afastamento. Para que ele seja afastado, são necessários 87 votos (dois terços do Parlamento).
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